Voto útil é pouco democrático
Voto útil é pouco democrático
A se confirmarem as expectativas, o Brasil que quatro anos atrás abraçou com vontade o antipetismo agora avança para tomar o caminho inverso e abraçar com igual disposição o antibolsonarismo. Com níveis de rejeição só experimentado por outros dois presidentes em fim de mandato – Sarney, em 1989, e Temer, em 2018 – o presidente Bolsonaro é apontado nas pesquisas como um curioso caso de derrota para si mesmo, já que seus antecessores impopulares não chegam ao poder por escolha direta. Lula colhe frutos não apenas de seu desempenho como presidente, num período de expansão econômica global; ele principalmente colhe a fuga de apoios decorrente da disfuncionalidade do mandato presidencial de Bolsonaro, que criou ele próprio os seus problemas ao passo que não conseguiu lidar com questões práticas cujo enfrentamento de modo eficaz poderia ter-lhe feito agora um candidato menos rejeitado e, portanto, bem mais viável. Ocorreu, contudo, que apesar de ter se esfalfado na direção contrária da eficácia administrativa, Bolsonaro contou com a inépcia e inaptidão do campo centrista da política em construir um nome que lhe fizesse sombra. Tornou-se o anti-Lula e o ex-presidente petista, por sua vez, tirou proveito dessa condição encarnando o anti-Bolsonaro. Deu-se, porém, que a polarização entre ambos não foi o bastante para fazer a maior parte dos eleitores pender para um dos lados e o lula-petismo resolveu partir para a cristianização à força das candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet, que somam 12% das preferências dos eleitores. Pregou-se o voto útil pelo abandono das candidaturas do PDT e do MDB em nome de se derrotar o atual presidente logo em primeiro turno. Faz-se tal campanha do voto útil com uma eficiente alegria, mas é preciso alertar que condenar um eleitor ou candidato por exercer seu direito de escolher ou concorrer é, sim, uma atitude pouco ou nada democrática.
Candidatos a deputado federal e estadual do Patriotas fez desembarque nas candidaturas de Silvio Mendes (governador) e Joel Rodrigues (senador) (Foto:Ascom)
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“Adesão familiar”
Reta final de campanha eleitoral tem de tudo, até adesão familiar. Ocorreu com o anúncio de que Losanne Soares Paulo, irmã do ex-prefeito Firmino Filho, declarando voto no candidato oficial ao governo, Rafael Fonteles. Trata-se de uma não notícia tratada com estardalhaço de novidade pela constelação de meios de comunicação com viés governista.
Não-notícia
Notícia mesmo seria se Losanne anunciasse apoio a Sílvio Mendes, porque nas circunstanciais atuais, ela é mais a mãe do candidato a deputado estadual Firmino Paulo e menos a irmão do falecido ex-prefeito de Teresina.
Apoio correto
Está para além de certa a mãe do deputado estadual neopetista Firmino Paulo em apoiar e declarar voto no candidato a governador do partido ao qual o filho é filiado.
Assim, notícia mesmo seria ela declarar voto em Silvio Mendes, candidato pela aliança em que está concorrendo a deputada estadual a sobrinha dela, Bárbara Soares, filha de Firmino Filho.
Cheio de “reiva”
Ontem, um punhado de candidatos a deputado federal e estadual do Patriotas fez desembarque nas candidaturas de Silvio Mendes (governador) e Joel Rodrigues (senador), o que pode explicar o destempero verbal da véspera do candidato daquele partido, que agrediu o candidato do União Brasil.
Pedra tur
Segue a Secretaria de Turismo fazendo nada pelo setor e muito calçamento. Um contrato de R$ 654.767,87 foi firmado entre a pasta e construtora Solução para pavimentação em paralelepípedo no município de Boa Hora.
Pedra tur 2
A Setur faz pouco ou nada pelo turismo no Litoral, mas contratou uma obra de R$1.099.910,10 com a construtora Pro Engenharia para pavimentação em paralelepípedo no município de Parnaíba.
Detran
O Detran do Piauí tem como marca principal a ineficiência e a má prestação de serviços porque vivem sem internet, mas há dinheiro o bastante para o contrato de 5.232.558,84 para a empresa Mutual Serviços de Limpeza e Construções para manutenção predial da autarquia.
Onde?
R$ 2.396.329,13 é quanto será pago pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humano pôr a construção de academia de ar livre popular, com fornecimento de material, mão de obra, ferramentas e todos os equipamentos necessários a perfeita realização dos serviços no local.
Os colunistas substitutos ainda batem a cabeça para saber onde se vai gastar toda essa dinheirama.
Calçamento
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, feudo administrativo do deputado estadual neopetista Nerinho, vai fazer obras de calçamento no valor de R$ 3.066.417,45 nas cidades de Lagoa do Barro, Floresta do Piauí, Cajazeiras do Piauí e Oeiras.
Será que Nerinho é votado nessas cidades?
Bem mal
Chegaram aos colunistas substitutos um monte de queixas sobre o desgaste da sinalização horizontal de Teresina.
É justo que haja queixas sobre isso, mas convém lembrar que buraco e má qualidade do piso das ruas é algo muito mais desgastado.
Cadê o vice?
Vem cá, por que é mesmo que o doutor Themistocles Filho, candidato a vice de Rafael Fonteles, não é visto? O homem sumiu, despareceu, escafedeu-se. A gente sabe que ele é discreto, low profile, é desses que realmente não gosta de aparecer, mas sumir da propaganda e da campanha em que ele e os filhos são candidatos é um negócio esquisito.
Ping-pong
Landim na CPI
CPI do Orçamento em 1993, no Congresso Nacional. O deputado Paes Landim (PFL-PI) foi convocado equivocadamente para depor. Ele foi convincente no seu depoimento e, ao final das investigações, a CPI comprovou que Landim não tinha uma casa para morar e nem carro para andar. O presidente da CPI Roberto Magalhães (PFL-PE) é entrevistado por um repórter.
O repórter: “Vocês vão cassar esse deputado?”
Roberto: “Só se for por empobrecimento ilícito”.
Originalmente publicado em 2 de outubro de 2011.
Expressas
Uma decisão do TRE-PI garantiu direito de resposta ao candidato Sílvio Mendes em relação ao programa eleitoral de Rafael Fonteles, que foi veiculado na última sexta-feira (23).
A propaganda do candidato petista exibiu um vídeo com supostas montagens de falas descontextualizadas do ex-prefeito de Teresina.
A candidata do Partido da Causa Operária (PCO) ao Governo do Piauí, professora Lourdes Melo, teve sua candidatura indeferida pelo TRE-PI.
*Esta coluna é de responsabilidade dos colaboradores do Portal AZ