O risco do PT com Lula

A estratégia do partido é levar até onde for possível o nome do ex-presidente

Mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral venha a indeferir o pedido de registro da candidatura do ex-presidente Lula, o PT ainda pode continuar ganhando tempo até se esgotarem todos os recursos postergatórios possíveis até a decisão final da corte eleitoral. A estratégia do partido é levar até onde for possível o nome do ex-presidente a fim de que, uma vez indeferido o registro de sua candidatura, os votos preferenciais dele possam eventualmente ser transferidos para o seu substituto.

Ex-presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Pela perspectiva do PT, o TSE deve julgar o casos seguindo os ritos do processo e conceder a Lula o direito de defender seu registro. Esses ritos contemplam publicação de edital, pedidos de impugnação, análises dos casos e sentença, e devem seguir até o início de setembro. Concluída essa fase e a decisão da corte de que Lula não possui as condições de elegibilidade exigidas na Lei da Ficha Limpa, a defesa do ex-presidente deve recorrer à corte superior para manter a questão subjudice.

Há no Tribunal Superior Eleitoral uma tendência de suspender o direito de o PT fazer propaganda eleitoral no rádio e na TV até que o partido indique um outro nome para substituir Lula já considerado fora da disputa devido a ausência de registro mas a corte está dividida quanto a isso. Outra estratégia é tentar manter o nome de Lula na urna eletrônica até que sua foto não possa mais ser substituída mas a lei mudou e determina hoje que o partido tem até 20 dias antes da eleição para indicar a fim de que a troca possa ser processada na urna.

O PT deve imaginar o risco que está correndo com a estratégia de levar a candidatura do ex-presidente até não se sabe aonde. Quando mais o partido e o ex-presidente avançam com esta atitude mais obstáculos legais vão aparecer à frente para enfrentar. Um deles é o caso de Lula vir a concorrer com uma liminar de uma corte superior e chegar ao segundo turno e lá na frente for negado o registro. O PT não poderá mais trocar a cabeça de chapa e o segundo turno será disputado com o terceiro colocado.

Já na hipótese de Lula conseguir no Supremo Tribunal Federal uma liminar para disputar e vencer as eleições nada garante que ele tomará posse. Caso não consiga reverter a sentença de 2ª instância nas cortes superiores os votos do ex-presidente serão anulados e novas eleições convocadas. Até 2015, antes da minirreforma política, o segundo colocado levava o pleito. O vice-presidente do candidato impugnado não assume em nenhuma dessas circunstâncias, pois Lula está impedido de ser diplomado.

Em suma, até a estratégia vem, de certo modo, dando certo porque com Lula na cabeça o PT ainda possui algum protagonismo dentro do processo eleitoral e o seu virtual candidato a vice-presidente Fernando Haddad vem assumindo a condição de porta-voz do ex-presidente. Há previsões – e não são poucas – de que a disputa presidencial será polarizada entre um candidato de direita e o PT. Se Haddad conseguir ser o ungido de Lula é possível que consiga chegar lá mas ainda correndo o risco de a estratégia falhar.

ADESÕES

Candidato do PSDB a governador do Piauí, o deputado Luciano Nunes recebeu em seu escritório político o ex-prefeito de São Raimundo Nonato Avelar Ferreira (DEM) que foi até lá anunciar apoio à sua candidatura. Além de Avelar, Luciano Nunes recebeu ainda os ex-prefeitos Atiano Bezerra, de São José do Piauí, e Avelar Moura, de Campinas do Piauí. Também estiveram com o candidato do PSDB os vereadores Isael Lopes e Raimundo Filho e o ex-vice-prefeito de Domingos Mourão, no norte do estado, Valdir Bandeira.

Avelar é mais um líder político a declarar apoio a Luciano Nunes

“Eu fico muito feliz com estas manifestações de apoio que a gente vem recebendo porque elas mostram exatamente o que nós percebemos no Estado hoje. Um sentimento de insatisfação muito grande com os principais serviços prestados pelo governo paralisados”, analisou o tucano.

RETORNO

A quem o visita em sua residência, onde restabelece de uma intervenção médica para o tratamento de uma hérnia de disco que o estava incomodando, o ex-secretário de Fazenda Rafael Fonteles confidencia que estará de volta às suas atividades no cargo no próximo dia 10 de setembro. O retorno de Fonteles ao cargo coincidirá com o período mais intenso da campanha eleitoral.

CONDOLÊNCIAS

Foi sepultado na tarde da última terça-feira (14), o corpo do jornalista e advogado Raimundo Ribeiro e Silva, mais conhecido na sociedade como Theddy Ribeiro. Conheci Theddy Ribeiro há 40 anos que na época escrevia e colaborava no jornal O Estado, comandado por Helder Feitosa. A sede ainda era na Rua Álvaro Mendes, em frente à sede do Bradesco. Ele escrevia a coluna De Leve, do jornal. Há 5 anos, Theddy sofreu um Acidente Vascular Cerebral. Exercia o cargo de chefe do plenário da Assembléia Legislativa. Era servidor do Tribunal de Justiça do Estado, no qual exerceu o cargo de diretor geral, e depois dirigiu o Diário da Justiça. O jornalista era muito querido no meio jornalístico, na área do direito e na sociedade. Gostava do que fazia e o fazia com intensa dedicação. À família e o filho Marquinhos os meus mais sinceros pêsames.

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