Reforma duvidosa
Reforma duvidosa
Ainda não se deu dentro de um quadro de transparência o debate sobre a propalada reforma administrativa do estado que o governador Wellington Dias pretende fazer com o propósito de cortar gastos. No início da noite desta segunda-feira (11), Dias convocou os deputados da base governista para uma reunião no Palácio de Karnak e fez uma explanação do anteprojeto mas o que os deputados contaram sobre como ela será não bate com as informações que circulam nos bastidores.
Só com a mensagem e o projeto prontos é que a população vai saber da real dimensão que terá o projeto. O que se tem divulgado nos últimos dias sobre a reforma são apenas especulações mas nada sobre o que de fato será extinto e fundido em se tratando de órgãos públicos de primeiro e segundo escalões, autarquias, fundações e cargos. Muito menos o valor a ser alcançado mesmo que o governo tenha anunciado que a meta é atingir um corte de cerca de R$ 300 milhões.
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Ora, não sabemos quanto de fato custa a máquina pública para funcionar quando ela é movida por salário e gastos com energia elétrica, água, matérial de expediente, telefones fixos e celulares, veículos, combustíveis, passagens aéreas, diárias, horas extras, equipamentos hospitalares, estrutura de segurança pública e justiça, escolas, enfim, uma infinidade de recursos essenciais. Mas existem alguns desses que são perfeitamente dispensáveis para o controle dos gastos.
Um deles, sem dúvida, é a quantidade de veículos locados para os serviços nas diversas repartições que compõem as administrações direta e indireta, e a concessão de aparelhos e linhas de celulares. Muitos desses recursos são colocados à disposição de servidores sem necessidade, apenas para ampliar o privilégio de ocupantes de setores secundários e de papeis de pouca importância. Reduzindo a frota e a quantidade de celulares já é um componente importante nas despesas previstas no orçamento.
O anúncio do corte de mais de 2 mil cargos comissionados é um tanto extravagante para um governo de viés clientelista. Se de fato isso estiver na proposta de reforma é um avanço significativo e melhor ainda seria se a distribuição de cargos comissionados fosse feitas entre os próprios servidores dos órgãos o que diminuiria bastante o gasto com assessores sem vínculo com a pasta. Mas como já disse, num governo clientelista essa seria uma medida que causaria desconforto entre os partidos aliados.
Justo os partidos aliados que, após as eleições e conhecido o resultado delas, vieram com um discurso sugerindo ao governador a redução da máquina para economizar dinheiro e o estado enfrentar os dias difíceis que estão por vir. No entanto, como ficou provado, esse discurso se deu apenas em público, porque em privado, os que defenderam os cortes foram os primeiros a exigir o seu quinhão. Por essas e outras já manifestada aqui é que é duvidoso acreditar que essa será a reforma necessária.
SÓ UMA SECRETARIA SERÁ EXTINTA
Embora se propague que o governo extinguirá 19 órgãos, o que se sabe até agora é que apenas a Secretaria do Trabalho e Emprego será extinta na reforma.
Aproveitando que o governo Bolsonaro extinguiu o Ministério do Trabalho, o governo decidiu que a Secretaria do Trabalho se fundirá com a de Assistência Social e Cidadania (Sasc).
QUEDA DE BRAÇO
Bem que a comissão da reforma administrativa do governo do estado tentou fundir em uma única pasta as secretarias de Transportes, Infraestrutura e Cidades.
Como o senador Ciro Nogueira (PP) queria o atual titular dos Transportes Guilhermano Pires no controle da supersecretaria, o deputado e presidente do PR Fábio Xavier pulou longe e disse que não aceitava.
Diante da queda de braço dos dois partidos, o governador achou por bem deixar tudo do jeito que está.
SECRETÁRIOS DEPUTADOS
O governador Wellington Dias decidiu tirar do deputado Francisco Lima a Secretaria de Agricultura e entregar para o PSD do deputado Júlio César Lima.
Com isso, o deputado do agronegócio vai indicar o filho deputado Georgiano Neto para assumir o cargo.
Portentado pelos quase 80 mil votos que recebeu nas urnas.
COMPENSAÇÃO
A Lima o governador deu como compensação a Secretaria de Meio Ambiente, pasta que ele visitou na sexta-feira (08) para sondar o ambiente.
A quem lhe perguntava se ele assumiria o cargo, o deputado Lima respondeu que não acrescentando que vai continuar na Assembléia como líder do governo.
Ora, para quem diz não querer um cargo visitá-lo só para sondar o ambiente não é uma resposta convincente.
TRABALHO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
A supersecretaria que a junção do Trabalho com Sasc vai se transformar já tem definido o seu ocupante.
Pelo que se sabe o deputado José Santana, que já a ocupou quando o MDB chegou ao governo, é quem será o titular.
Com isso, chega a 3 o número de deputados que serão convocados.
IMPASSE DOMÉSTICO
Um impasse de opiniões está dificultando a definição do nome que vai ocupar a Secretaria de Educação do Estado neste quarto mandato de Wellington Dias.
Enquanto Dias manifesta preferência pelo deputado Franzé Silva (PT) para ocupar a pasta, a deputada Rejane Dias (mulher do governador) é de opinião que Helder Jacobina (ocupante atual) deve permanecer no cargo.
Qual preferência vai prevalecer?
CONVOCAÇÃO GARANTIDA
O ex-deputado Francisco Paes Landim, presidente estadual do PTB, teve um encontro com o governador Wellington Dias no domingo (11) na residência oficial.
Landim foi dar uma resposta sobre a sugestão de assumir a chefia do Escritório do Piauí em Brasília, cargo que foi ocupado por B.Sá quando não se reelegeu no pleito de 2006. Landim disse que não gostaria de assumir.
Diante da resposta, Dias prometeu a Landim que ele volta para ocupar cadeira na câmara no mês de março, com a saída de Fábio Abreu (PR) para a Secretaria de Segurança, e de Merlong Solano, 1º suplente convocado que também irá se licenciar para assumir a Secretaria de Administração.
ORDEM DE SERVIÇO
Já foi assinada a ordem de serviço para o conserto da barragem do Bezerro em José de Freitas, que no ano passado ameaçou romper com as fortes chuvas que caíram no estado.
O valor dos reparos é de R$ 14 milhões já liberados pela Codevasf, presidida pelo economista Avelino Neiva.
Os serviços ficarão a cargo da Construtora Hidros.
As barragens de Corredores (município de Campo Maior) e Mesa de Pedra (em São Julião) também passarão por obras de reparos em sua estrutura.
Na de Corredores serão aplicados R$ 4 milhões, enquanto na outra o valor chega perto de R$ 14 milhões.