Desistência de Rodrigo favorece chapa oficial

Desistência de Rodrigo favorece chapa oficial

A desistência do deputado Rodrigo Martins (PSB) em renovar o mandato de deputado federal nas eleições de outubro favorece a chapa do governo, que possui um número maior de candidatos e com mais chances de atrair os votos que seriam dados a ele. É improvável que 100% dos votos prometidos para Martins irão afluir para os candidatos da chapa da coligação PSB/DEM. Com isso, a possibilidade de, com apenas dois nomes competitivos e detentores de mandato, a coligação conquistar 2 cadeiras, é remota.

Rodrigo Martins (Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)

Das 10 cadeiras que o Piauí tem na Câmara dos Deputados aumentaram as chances de chapa governista eleger até 8 candidatos. Desses, os 6 que atualmente exercem mandato estão com a eleição encaminhada. É o caso dos deputados Rejane Dias e Assis Carvalho (PT), Paes Landim (PTB), Iracema Portella Nogueira (PP), Júlio César Lima (PSD) e Fábio Abreu (PR). Pela força da chapa governista, restam aí 2 cadeiras que serão disputadas pelos novos Flávio Nogueira (PDT), Marco Aurélio (MDB), Margarete Coelho e Mainha (PP) e Merlong Solano (PT).

A nona cadeira é possível desde que a coligação dos pequenos partidos formados por SD, PTC e PRB venham a conseguir a maior sobra mesmo que a soma total dos votos – de candidatos e de legendas – não atinja o coeficiente eleitoral. A minirreforma eleitoral aprovada no final do ano passado permite a um candidato ou coligação que não alcance o coeficiente conquistar a cadeira se a soma total ultrapassar as sobras de votos das demais coligações. A coligação SD/PRB/PTC aposta nesta nova norma.

O coeficiente eleitoral para a definição das cadeiras nos parlamentos, federal, estaduais e municipais é calculado pelo número de votos válidos apurados na votação proporcional. Caso os votos apurados para deputado federal, por exemplo, alcancem a soma de 1.800.000 votos esse total é dividido por 10, que corresponde ao número de cadeiras na câmara. O resultado dessa divisão determina que o coeficiente eleitoral seja 180.000 mil votos para que um partido ou coligação ganhe uma cadeira.

Para que a coligação PSDB/PSB/DEM venha a conquistar 2 cadeiras na câmara e garantir a permanência de Heráclito Fortes (DEM) e Átila Lira (PSB), os dois mais fortes candidatos oposicionistas, seria preciso que a soma dos votos totais da chapa, no caso de o coeficiente ser de 180.000 votos, atingisse pelo menos 300 mil votos, isso se a sobra – no caso 120.000 votos – fosse a maior dentre as coligações que estão na disputa. Heráclito e Átila teriam que receber 130 ou 135 mil cada e os demais candidatos da chapa colaborassem com 30 mil ou 40 mil votos, além do voto de legenda.

Numa disputa onde a chapa governista para a disputa de cadeiras na câmara se mostra mais densa e com poder de fogo maior, é pouco provável que os dois candidatos da chapa oposicionista consigam chegar a uma votação tão exigente. Talvez esta seja a eleição para a câmara federal mais competitiva de que se tem notícia. É natural que a chapa governista tenha candidatos com mais cacifes. Talvez por isso, a desistência de Rodrigo Martins favoreça mais os governistas que seus ex-companheiros de chapa.

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