Um tabu que segue existindo
O que chama atenção na aferição feita pelos institutos até aqui é o número elevado de eleitores indecisos, brancos e nulos
A disputa das duas vagas do senado pelo Piauí está bem interessante e as primeiras pesquisas de intenção de votos mostram um quadro bem equilibrado mas com vantagem inicial para o ex-governador Wilson Martins (PSB) e o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP. O que chama atenção na aferição feita pelos institutos até aqui é o número elevado de eleitores indecisos, brancos e nulos, e não sabe e não opina, sugerindo que nenhum dos concorrentes estão com a eleição garantida.
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Wilson e Ciro lideram pesquisa para o Senado (Fotos: Portal AZ)
O resultado de todas as pesquisas de institutos realizadas nestes primeiros dias de campanha eleitoral apurou uma média de 65% de eleitores que não sabem em que votar para senador. Na próxima sexta-feira (31) começa a propaganda eleitoral na TV e no rádio, um veículo considerado primordial para que os candidatos possam chegar até o eleitor. No entanto, são apenas 35 dias de exposição na TV e no rádio para que os candidatos consigam convencer o eleitor a escolhê-lo.
Uma campanha que foi reduzida de 60 para apenas 45 dias fica difícil para candidatos a cargos majoritários percorrer um estado grande como o Piauí e visitar todos os municípios. Mesmo aqueles com estrutura bem maior – aviões e veículos tipo caminhonete ou microônibus – o tempo é pequeno para que cheguem a todas as cidades piauienses. A saída é planejar um calendário onde possam chegar a cidades de maior contingente eleitoral a fim de manter um contato mais de perto com o eleitor.
Recorrendo à história, cabe aqui mergulhar num fato que pode servir de reflexão para os leitores muito embora nada possa indicar que se repita neste pleito. Desde 1946, quando foram restabelecidas as eleições para o parlamento estadual, poucos candidatos conseguiram se eleger dois mandatos consecutivos de senador. Na eleição para as 2 cadeiras, isso aconteceu em 1994 com Hugo Napoleão (eleito em 1986). No pleito em que era disputada apenas 1 vaga, Petrônio Portela se reelegeu em 1974.
Mais recentemente, Chagas Rodrigues tentou permanecer no senado nas eleições em que Napoleão se reelegeu (1994) mas o vitorioso para a segunda vaga foi Freitas Neto, que acabara de deixar o governo. O mesmo Freitas tentou se reeleger em 2002, e Mão Santa e Heráclito Fortes em 2010 foram batido nas urnas pelo hoje governador Wellington Dias (PT) e o atual senador Ciro Nogueira. Esse fato mostra que a reeleição para um novo mandato de senador é um tabu a ser quebrado vez por outra.
Neste pleito em que duas vagas estão em jogo, só o senador Ciro Nogueira é quem está tentando quebrar essa lógica empírica do processo eleitoral que tem deixado pelo caminho muitos senadores que tentaram dar continuidade ao mandato. O caso do senador Helvídio Nunes é único, porque a continuidade de seu mandato em 1978 se deu num contexto casuístico das regras e foi reconduzido pelo voto indireto. Ainda assim, esse equilíbrio na disputa pelo senado em 2018 sugere que esse tabu da conquista seqüenciada do mandato segue existindo.
ADESÃO
O candidato ao Governo do Estado, Luciano Nunes, conquistou mais um apoio à sua candidatura. Dessa vez o apoio vem do Norte, do ex-prefeito Walmir Café, da cidade de Pedro II. A adesão chega para fortalecer o palanque da coligação Piauí de Verdade, formada pelos partidos PSDB, DEM e PSB. O encontro para formalização do apoio aconteceu na noite desta quinta-feira em visita do candidato ao município, que contou com a participação do grupo político ligado ao ex-prefeito Walmir Café.
Luciano Nunes recebendo o apoio do grupo do ex-prefeito Valmir Café
“Eu fico muito feliz com estas manifestações de apoio que venho recebendo porque elas mostram exatamente o que nós percebemos no Estado hoje. Um sentimento de insatisfação muito grande com os principais serviços prestados pelo governo. A população não aguenta mais tanto descaso, desgoverno e isso faz com que todos anseiem por mudança na postura política e na forma de administrar”, disse Luciano.