As distorções nas pesquisas
As distorções nas pesquisas
Pararelo às campanhas eleitorais no Brasil e nos estados, notadamente no Piauí, que é membro da federação, ocorre a divulgação de pesquisas eleitorais que se tornaram mais um ator no processo eleitoral contribuindo para informar o eleitor sobre a posição entre os concorrentes aos cargos público e aos próprios candidatos como elemento definidor de estratégias. Ao contrário do papel a que deveriam desempenhar, as pesquisas mais confundem que informam o eleitor.
O que se vê, no entanto, é que tal e qual os candidatos e partidos na campanha eleitoral, os institutos de pesquisas acabam disputando entre si a primazia de apresentar o melhor resultado, transformando-se em adversários. Ora, no Piauí existem 6 institutos de pesquisas mas a quase totalidade só atua em época de eleição para servir a propósitos que não sejam o de realmente fazer um raio X do quadro de disputa no exato momento em que está em curso o processo sucessório.
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Por essa razão é que essa “corrida” entre os institutos tem causado muitas controvérsias sobre os resultados, na maioria divergentes, confundindo mais ainda o eleitor. A possibilidade de manipulação das pesquisas sempre causou preocupação na medida em que afeta o comportamento de quem vai escolher seus representantes e governantes. Por mais que a justiça eleitoral exija a apresentação de todos os dados e levantamento do trabalho de coleta, ela não é capaz de se debruçar sobre as suspeitas de manipulação.
Quando os resultados de duas ou mais pesquisas eleitorais apresentam grandes distorções com certeza alguma coisa está errada. Nem todos os institutos aplicam metodologia iguais na hora de realizar a coleta de dados mas isso não implica que métodos diferentes aplicados apontem um resultado diferenciado. Isso nada tem a ver com a margem de erro mas é neste quesito que resultam as maiores suspeitas de manipulação para que o resultado possa favorecer o contratante.
O custo de uma pesquisa é calculado de acordo com o número de questionários que o instituto contratado vai preencher e quanto menor o número de entrevistas maior será a margem de erro. A valores de hoje uma pesquisa sobre uma eleição estadual por institutos locais varia entre R$ 60 mil e R$ 90 mil dependendo do número de questionários a preencher mas pode custar acima dos R$ 100 mil se o contratado for um instituto baseado em cidades do sul do país como Rio de Janeiro e São Paulo.
Fora os aspectos técnicos e financeiros, a pesquisa eleitoral é vista também como um forte componente ideológico por seu apelo psicológico que o resultado pode causar entre os eleitores. A idéia é de que um candidato que está na frente ou aquele que está atrás mas crescendo têm melhores de condições de segurar o voto daquele que manifestou sua intenção e conquistar os indecisos e os dispostos a votar em branco ou nulo. É a velha idéia de que pesquisa ganha eleição. Se não fosse assim, os resultados das pesquisas seriam próximos e mostrariam como de fato está o quadro.