No fio da navalha
No fio da navalha
Não é segredo que a cúpula da campanha do governador Wellington Dias (PT) trabalha para vencer as eleições no primeiro turno. Diante do quadro desenhado pelo resultado das pesquisas de intenção de votos, fica claro que é forte a tendência de a disputa ser decidida em um turno apenas. Confirmado isso nas urnas, o governador terá de adotar o quanto antes medidas para conter gastos já neste final de exercício – que envolverá o balaço dos 4 anos de mandato – cortando grande parte da estrutura administrativa.
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Este serviço gratuito prestado pela justiça eleitoral ao eleitor pode não mais ser prestado
Wellington Dias tem sentido na pele que esta campanha ele não está lutando apenas contra os adversários que desejam tirá-lo do Palácio de Karnak mas contra o próprio desgaste de sua e da imagem do governo. Não por acaso, o plano de atrair mais aliados para sua base político-parlamentar a fim de lhe garantir conforto nas votações da Assembléia e estrutura partidária para seu projeto de reeleição, está saindo por um preço bem maior do que ele efetivamente imaginava.
As conseqüências de sua decisão de ampliar a máquina administrativa criando órgãos como as tais coordenadorias e superintendências começaram a aparecer nas operações que a polícia estadual colocou em prática na quarta-feira (12) para colher provas nas investigações de fraudes em licitações para a construção de calçamento. A autonomia concedida para estes órgãos realizarem obras fora de sua atribuição legal, levou o governo a ser alvo de denúncias em pleno curso da campanha eleitoral.
O início do quarto mandato como governador do Piauí, um fato inédito para um político em toda a história do estado, deverá ser precedido de medidas urgentes para conter despesas com o funcionamento de órgãos que só trazem custo para a máquina estatal. Nessas medidas não devem ser incluídas propostas de extinção de apenas as coordenadorias e seus respectivos cargos mas de pastas de primeiro escalão que só servem para dividir atribuições trazendo dificuldades para o controle de gastos.
Essa situação de dificuldades financeiras que o estado está vivendo há mais de 2 anos em conseqüência da crise financeira do país poderia ter sido evitada ou pelo menos amenizada se o governador tivesse adotado medidas de contenção de gastos e um enxugamento da máquina no início de 2015, quando assumiu o cargo. Em vez disso, ele preferiu baixar uma série de decretos de emergências para fazer frente aos problemas que herdou e quando a crise recrudesceu, ele não teve como controlá-la.
As pedaladas que teve de cometer para não atrasar os compromissos, remanejando recursos das despesas de capital para as despesas permanentes, comprometendo os organogramas das obras, para pagar a folha, tudo isso deve ser refletido por ele após as eleições para que no próximo mandato não seja surpreendido por um agravamento da crise. É imperativo, portanto, que o governador pense nas medidas urgentes que precisa adotar já a partir de outubro. Caso contrário, continuará pisando no fio da navalha.
Eleitor sem transporte
O Tribunal Regional Eleitoral ainda não solicitou aos governos federal, estadual e municipais a liberação de veículos oficiais a fim de que fiquem a disposição da justiça eleitoral para que possa ser feito o transporte de eleitores de sua residência para o local de votação.
Nos corredores dos cartórios eleitorais o que se comenta é que nesta eleição, a justiça eleitoral não vai requisitar os veículos e é grande a probabilidade de não haver este serviço.
A justificativa é de que o recadastramento biométrico, a quase totalidade dos eleitores escolheram o local de sua seção de votação bem próximo à sua casa.