Mais humildade e menos arrogância
Mais humildade e menos arrogância
A empolgação com a que a candidatura do deputado Dr. Pessoa (SD) foi lançada nesta segunda-feira (23) ao governo do estado, sustentada na perspectiva de que ela vem para levar a disputa para o segundo turno, pode esvair-se com o tempo. Ela é fruto do resultado das definições de candidaturas e alianças, e de insatisfações causadas pela demora na formação das chapas. Deste modo, o sucesso dela não depende só do nome do candidato mas do contexto em que ela foi articulada e lançada.
Até o anúncio da chapa governista semana passada, Dr. Pessoa era candidato a uma das vagas no senado. De certo modo bem situado na preferência de um nicho eleitoral, descoberto pelas pesquisas de intenção de votos, o deputado do Solidariedade e seus incentivadores deviam levar em conta que uma candidatura a cargo majoritário não alcança vantagens quando ela é pautada por um surto emocional que ignora os efeitos que essa motivação pode alcançar no curso do processo eleitoral.
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Uma parte do eleitorado pode ser considerada como massa de manobra, em geral quando ele é movido a troca de favores (assistencialismo) ou ação pecuniária mas nem sempre funciona quando a massa já está inclinada para outra posição. Significa dizer que o eleitorado que manifesta – nas pesquisas – a intenção de votar no Dr. Pessoa para o senado, uma parte dele pode não se manifestar a favor dele como candidato ao governo, uma vez que essa opção já tem nome e partido para votar.
Ora, recorrendo ao resultado da última pesquisa de intenção de votos para o governo do estado – Instituto Opinar – em que o governador Wellington Dias (PT) aparece com uma diferença arrasadora para os demais concorrentes, nota-se que o percentual do chefe do governo parece imutável e que a candidatura do Dr. Pessoa dificilmente vai penetrar no seu eleitorado. O mais provável é que o deputado do SD penetre no eleitorado dos concorrentes de Dias – Luciano Nunes e Elmano Ferrer.
Obviamente que os institutos devem estar se preparando para fazer a mensuração da repercussão que o lançamento da candidatura do Dr. Pessoa pode causar no quadro de disputa eleitoral. Tem gente achando que ele vai atingir o governador pelo fato de que em Teresina sua aceitação será a maior de todos os candidatos. É possível que Dr. Pessoa possa ser o primeiro colocado na capital, porém, é duvidoso acreditar que o seu percentual será o dobro ou mais do que o segundo colocado.
É bom não esquecer que o Dr. Pessoa é um deputado estadual e não uma liderança a nível de estado no patamar dos senadores Ciro Nogueira e Elmano Ferrer, ou do governador Wellington Dias, para citar outros como Wilson Martins, Marcelo Castro, Júlio César e Átila Lira. Será preciso que a conjuntura eleitoral mude o seu rumo. No plano estadual, é mais fácil Luciano Nunes, pela estrutura que possui, se por como opção que ele. Desta forma, o Dr. Pessoa deveria começar sua campanha com mais humildade e menos arrogância.