Disputa ainda aberta

Disputa ainda aberta

O resultado de duas pesquisas de intenção de votos para o governo do estado – uma do Data AZ e outra do Amostragem – mostram um quadro de disputa inalterado, onde o candidato do PT Wellington Dias (que pleiteia a reeleição) se mantém distante de seus adversários e, como a soma das intenções dos demais está abaixo de seu índice, o governador venceria no primeiro turno se a eleição fosse. Mas tanto uma pesquisa quanto a outra mostram que a disputa para o senado ainda é forte.

Mesmo que os candidatos Wilson Martins, do PSB, que lidera em uma das pesquisas e fica em segundo na outra, e Ciro Nogueira, mantêm a dianteira, o número de votos indecisos revelados aponta uma indefinição, mesmo que neste pleito o eleitor tenha que optar por dois candidatos a senador. Marcelo Castro, que entrou na disputa só depois que o governador Wellington Dias definiu o nome de seu candidato a vice-governador, está distante mas ainda pode conseguir uma aproximação.

O equilíbrio da disputa está no fato de nenhum dos candidatos que lideram a corrida pelas duas vagas ao senado consegue se distanciar devido ao grande número de eleitores indecisos. Nas eleições anteriores (2002 e 2010) os índices de intenção de votos para senador nesta etapa final de campanha já se aproximava dos 50%, pelo menos um dos candidatos (Mão Santa em 2002 e Wellington Dias em 2010), ficando a outra vaga para uma disputa ferrenha de outros dois ou três postulantes.

Diferente dos anos anteriores a disputa em 2018 mostra uma disputa equilibrada entre três nomes, sendo que Marcelo Castro, que ainda pode surpreender, também não consegue se aproximar dos líderes mesmo com o apoio do governador Wellington Dias. Com o número de indecisos alto, Castro precisa focar sua campanha nesse grupo se quiser chegar perto da liderança. Contra ele tem o fato de que os dois principais contendores possam se distanciar na perspectiva de terem votos dos indecisos.

Poucas vezes na história recente de eleições no Piauí – nos anos em que duas vagas de senador estavam em jogo – a chapa vencedora levou junto os dois candidatos ao senado. Em 1994 aconteceu o inverso – enquanto a chapa governista elegeu os dois senadores perdeu a eleição para o governo. Na época os candidatos ao senado Freitas Neto e Hugo Napoleão se elegeram senador mas o candidato a governador Átila Lira foi derrotado por Mão Santa (PMDB). Eleger a chapa toda nunca aconteceu.

É possível que esta eleição quebrará esta lógica? É possível mas não está parecendo fácil a chapa governista fechar a eleição com vitória completa. As pesquisas estão mostrando o governador consolidado num índice acima dos 40%, com chances de vencer no primeiro turno, favorecido pela estagnação de seus adversários. Talvez por isso não esteja conseguindo puxar todos os candidatos da chapa. Mesmo aliado do governador, Ciro Nogueira se aproveita de sua própria estrutura e de seu partido, já Castro precisa de um empurrão maior para chegar nos indecisos.

Comente

Pequisar