Quem vai suceder Firmino?

Quem vai suceder Firmino?

A recente renúncia do médico e ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes do cargo de presidente da Fundação Municipal de Saúde – sem qualquer chance de retorno mesmo o prefeito tentando persuadi-lo a voltar – deixa o atual prefeito Firmino Filho sem opções para sua sucessão em 2020. Firmino e Mendes se revezaram no exercício do cargo de prefeito de Teresina em 6 eleições (único hiato foi Elmano 2010/2012) e a impressão que passavam é a de que a relação dos dois ia de vento em popa.

Desde sua reeleição para o quarto mandato como prefeito, Firmino adotou posturas politicamente incorreta, tomou decisões e até se indispôs politicamente com aliados municipais e dentro do próprio partido e esquema político que podem trazer-lhe sérias dificuldades para articular uma candidatura à sua sucessão daqui a 2 anos. A refrega com o presidente da Assembléia Themístocles Filho (MDB) e o presidente da câmara Jeová Alencar, além da renúncia de Sílvio Mendes será um fator gerador de obstáculos.

A somar a isso está o fato de o prefeito ter lançado a mulher Lucy candidata a deputada estadual tirando-a do PSDB e transferindo-a para o PP, criando dentro do partido uma insatisfação imensurável capaz de deixá-lo isolado. Talvez por isso, líderes tucanos vão, após a eleição, abrir um grande espaço de distanciamento dele. Diante de uma situação que ele próprio criou o prefeito não terá outra alternativa senão após o pleito de outubro migrar para outro partido que será o PP do senador Ciro Nogueira.

Em 2020, Firmino Filho enfrentará adversários fortes na disputa pela sua sucessão no comando da prefeitura. Se não lograr êxito na eleição para o governo, o deputado Dr. Pessoa (SD) é um potencial e forte candidato, que deverá ter como aliado o MDB. PT e PSB são partidos que brigarão por espaços na capital. O próprio candidato do PSDB, deputado Luciano Nunes, pode reivindicar dentro do partido sua indicação para sair candidato com ou sem o prefeito ainda pertencendo aos seus quadros.

O resultado das eleições de 2018, com derrota do PSDB na capital, será todo atribuído ao prefeito julgado como o líder partidário que cuidou apenas da eleição da mulher para o mandato parlamentar. É difícil fazer uma previsão mas o prefeito de Teresina sai do pleito com uma imagem extremamente desgastada ao ponto de até mesmo abrir mão da escolha de seu sucessor. Firmino é criticado inclusive por companheiros de partido por tê-los jogado na eleição com a opção do salve-se quem puder.

Firmino tem uma base político-parlamentar na câmara com a maioria dos vereadores compondo-a mas na eleição de 2020, cada vereador buscará a própria sobrevivência pendendo para o lado que apresente melhor perspectiva de vitória. Se o prefeito tem uma carta na manga para jogá-la quando o período chegar só ele sabe. Mas isso não é uma situação provável, depois de criar carapuças com aliados e correligionários. Mesmo que tenha um nome, se for um técnico, ainda assim pode não reunir apoios em torno dele. O certo é que hoje nem mesmo Firmino sabe quem vai sucedê-lo.

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