Sozinho na estrada
Sozinho na estrada
Por mais esforço que o governador Wellington Dias (PT) fazer para ajudar o candidato do partido a presidente Fernando Haddad, na disputa do segundo turno, reunindo os partidos aliados e lideranças do interior, é pouco provável que ele consiga redobrá-lo para ajudar a virar o jogo. Há duas razões para isso – primeiro, a desvantagem de Haddad em relação ao seu oponente é bem significativa, isso gera desmotivação; e segundo, alguns aliados já declararam neutralidade e não vão entrar de corpo e alma.
Wellington Dias convocou uma reunião de líderes de partidos aliados para pedir que somem esforços em favor de Fernando Haddad. A presença de líderes de 6 partidos não é um indicativo de todos cairão em campo para pedir votos ao candidato do PT. Ao atenderem o convite do governador o fizeram apenas como um gesto de boa vontade para ele por ter sido o maior vencedor da eleição deste ano quando elegeu-se e levou junto os dois senadores, 8 deputados federais, 24 estaduais e deu uma maioria expressiva para seu candidato a presidente. Deste modo, não comparecer nem atender a um pedido do governador poderia ser interpretado como uma descortesia a quem está governando o estado e continuará governando por mais quatro anos.
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Basta ver que dos partidos presentes, MDB, PP e PR liberaram seus integrantes para apoiar o candidato que quiserem no segundo turno, enquanto o PTB optou por apoiar o candidato do PSL Jair Bolsonaro. Apoio a Haddad no segundo turno apenas o PDT decidiu declarar mas deixou claro que é um apoio crítico. Com isso, a probabilidade de integrantes de partidos aliados cruzarem os braços ou fingirem que estão apoiando é grande, exceto um ou outro líder que pode ir a comícios no Piauí e fazer um discurso.
Em 2002, quando se elegeu para seu primeiro mandato vencendo a disputa no primeiro turno, Wellington Dias tinha poucos partidos aliados com ele na formação da coligação. Ainda assim, com poucos partidos apoiando mas tendo na disputa do segundo turno o então candidato Luis Inácio Lula da Silva, a motivação era grande por ter Dias sido eleito pela primeira vez e Lula com grandes possibilidades de ganhar de José Serra (PSDB), a campanha no Piauí foi bem sucedida.
Nesta eleição, porém, a situação se inverte apesar de o governador Wellington Dias ter sido o vencedor na disputa pelo governo do estado. Com o PT desgastado por ter sido arrolado nas denúncias de corrupção no governo e se transformado no “Patinho Feio” da política nacional, o apoio de partidos de centro e aos conservadores aqui do Piauí ao candidato petista se dá de forma empírica em que o ato de participação ocorre mais em consideração ao governador e menos na vontade de votar em seu candidato.
É preciso não esquecer que alguns dos partidos da aliança com o PT do governador já apoiavam, ou através de seus próprios líderes ou de suas bases no interior, Bolsonaro e pediam votos para a chapa oficial – com ênfase nos seus candidatos proporcionais – mas o voto separado de presidente ao candidato do PSL. Portanto, Wellington Dias não deve estranhar se nos últimos da campanha ele estiver sozinho (ou com quase nenhum aliado) na estrada.
DESLIGAMENTO
O PSDB pode perder a única cadeira conquistada na Assembléia Legislativa nas eleições deste ano.
Ontem, na Assembléia, os bastidores davam conta que o deputado Marden Menezes está avaliando deixar os quadros do partido, decepcionado com a conduta da cúpula do partido no pleito.
Quem está certo de deixar o PSDB é o ex-deputado Roncali Paulo.
EFEITO ORLOFF
Eleito com 54 mil votos e beneficiado pela norma que permitiu a partidos que não atingissem o coeficiente eleitoral conquistassem cadeiras com a sobra de votos, Átila Lira deu entrevista a uma emissora de TV na manhã desta segunda-feira (15) atribuindo sua fraca votação ao uso da máquina do governo pelos candidatos oficiais.
Como em entrevistas em TVs no Piauí as perguntas são água com açúcar, esqueceram de lembrar ao deputado do PSB que em 2014 ele foi eleito com a máquina já que nos três anos que passou como secretário de Educação no governo Wilson Martins, preparou sua campanha.
DE OLHO NA PREFEITURA
As eleições para sucessor de Firmino Filho na Prefeitura de Teresina em 2020 já começam a abrir a caixa de especulações sobre candidaturas, principalmente de nomes recentemente eleitos para deputado federal.
Entre os nomes comentados estão os do deputado Fábio Abreu (PR), que teve uma votação expressiva em Teresina, e o da deputada eleita Margarete Coelho, que ocupa o cargo de vice-governadora.
FORA DO PÁREO
Considerado a grande decepção da disputa pelo governo do estado com pouco mais de 1% dos votos (cerca de 25 mil votos), o senador Elmano Ferrer é considerado fora do páreo para a disputa da prefeitura em 2020.
Se imaginava que como candidato a governador receberia pelo menos metade dos quase 300 mil votos que teve em Teresina em 2014 para senador e com isso se habilitaria na disputa da prefeitura, Elmano errou feio.
SEM PRECISÃO
O deputado Dr. Pessoa (SD) fala em deixar a política mas vai aguardar como estarão soprando os ventos para a disputa da Prefeitura de Teresina sua principal meta.
Com apenas 125 mil votos para o governo na capital em 2018, cerca de 45 mil a menos do que obteve em 2016 para prefeito, Dr. Pessoa começa a ver seu capital eleitoral em Teresina diminuir.
RETORNO
O prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB) desmentiu a informação que convidará o deputado Luciano Nunes, ex-candidato a governador do Piauí pelo PSDB, para suceder o médico Sílvio Mendes na Fundação Municipal de Saúde.
Na Câmara Municipal de Teresina se especula que o nome que o prefeito escolherá para o cargo é o do vereador e médico Luiz Lobão, que é do MDB. Lobão já exerceu o cargo.