Um marqueteiro para Dias

Um marqueteiro para Dias

Em 2006, quando foi para a disputa de um segundo mandato como governador, os índices de intenção de votos de Wellington apresentavam-se abaixo dos 40% e a escolha de seu candidato a vice-governador não foi menos traumática que a de hoje. O desejo do governador era de que seu vice fosse do PMDB e o nome paquerado era o do hoje conselheiro do Tribunal de Contas Kleber Eulálio. Na convenção venceu a tese da candidatura própria e o então senador Mão Santa foi escolhido candidato.

Embora haja alguma semelhança sobre os fatos daquele processo que antecederam as convenções com os de hoje, aqueles foram outros tempos. Tempos em que o país era governado por Lula e o PT vivia um “boom” político. Hoje, o governador Wellington Dias volta a disputar uma reeleição e enfrenta uma situação diferente. Seu governo não vive um bom momento e no campo político, as articulações estão se mostrando desastrosa, principalmente devido ao PT adotar posições de certo modo radicais.

Apesar de tudo, o governador Wellington Dias ainda é o candidato favorito para vencer as eleições mas na campanha não enfrentará somente os adversários a serem oficializados nos próximos dias. Além deles, Dias terá contra ele uma série de cobranças sobre desvios de finalidades ocorridos nos últimos  meses em seu governo e ter que dar explicações para não ver cair sobre sua imagem de “boa opção” sopros de desgaste que possam vir causar danos à sua candidatura e ao seu projeto de reeleição.

Com efeito, Wellington Dias conduziu mal o processo de sua sucessão dentro da base partidária, revelando-se um articulador hesitante nos momentos mais cruciais para a definição de sua chapa fugindo de uma decisão antecipada que evitasse um clima de tensão como ocorreu e ainda ocorre. Criar expectativas em torno do nome de seu companheiro de chapa foi a pior estratégia que já adotou para costurar a aliança de partidos que vai dar suporte à sua candidatura à reeleição.

Embora de público seja um hábito do governador mostrar humildade e saber ouvir quando as pessoas se aproximam dele, Dias age por impulsos e instinto não avaliando as causas e conseqüências de suas decisões e de seus atos. Ora, ouvir não custa nada e o governador bem que poderia ter ao seu lado alguém – não pessoas que só fazem puxá-lo de um lado para outro e bajular – com experiência em marketing com quem possa avaliar possibilidades e perspectivas que tragam benefício político-eleitoral a ele.

No caso da preterição do nome do presidente da Assembléia Themístocles Filho, não há dúvida de que o governador foi influenciado pelo ouvido, daqueles que não avaliam nem pensam sequer numa saída pragmática para solucionar um impasse. Foi mal quando declarou recentemente que, reelegendo-se, vai ficar no mandato até o fim para minimizar as críticas de que quer ter Regina de vice para continuar no governo. Foi mal orientado. Nem deveria ter tratado disso. Dias precisa de um marqueteiro se não quiser continuar falando o que não deve.

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