Missão ingrata
Missão ingrata
O governador Wellington Dias (PT) recebeu dos governadores do Nordeste delegação para representá-los junto ao presidente eleito na entrega de um documento chamado “Carta do Nordeste” contendo reivindicações dos estados da região. Por que razão os colegas do governante piauiense o escolheram para tal missão? É estranho que estados do porte econômico como Bahia, Pernambuco e Ceará abdicaram da delegação e o escolheram para ser o portador do guizo e ele aceitou.
Não é difícil encontrar uma resposta plausível para essa escolha, considerando que o governador do Piauí talvez seja o único que não tenha nada a perder. Ou esse seja um “hobby” seu. O certo é que os governadores dos três estados mais desenvolvidos da região já sabem que o presidente eleito vê o Nordeste como a única região onde ele obteve um desempenho inexpressivo e que por essa razão vai tratar a região como inimiga sua para devolver na mesma moeda o tratamento eleitoral dispensado.
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Jair Bolsonaro já escolheu quase todo o seu ministério e ao que consta até o momento nenhum nordestino foi contemplado com cargo de primeiro escalão, talvez aguardando o momento de preencher os cargos de segundo e terceiro escalões, com organismos nacionais na região, para ver se terão indicações daqui ou não. É óbvio que se o presidente eleito adota uma atitude de desprezo ao Nordeste na definição dos critérios de preenchimento de sua equipe, o que dirá na relação com os governantes.
A ação de bloqueio das contas da União que governadores de 17 ingressaram no Supremo Tribunal Federal para forçar, por medida judicial, o governo federal a repassar recursos dos estados retidos por ele é só uma queda de braço que terá pouca eficácia em seu objetivo. É pouco provável que o STF venha a tomar uma medida extrema de bloquear os recursos da União para atender a interesses regionais e criar um incidente institucional que pararia a administração federal.
Alguns estados como Piauí, Maranhão, Bahia, Ceará, Pernambuco e Alagoas, onde os governadores se reelegeram a saída para enfrentar os problemas que eles estão enfrentando e enfrentarão mais ainda nos próximos anos é adotar medidas de contenção de gastos. Não adianta apelar para o STF ou o próximo presidente eleito com carta de reivindicações que o governo federal também adotará medidas austeras que atingirão não só a própria administração federal como os entes federativos.
O responsável por isso será o ministro da Fazenda Paulo Guedes que já deu mostras de como será sua gestão nas finanças federais com super poderes para decidir sobre o que quiser, o que achar que é importante para recuperar a economia. Neste primeiro ano (2019), os governadores dos estados não esperem um governo de mão estendida para quem está em dificuldades, principalmente estados de economias frágeis, como o Piauí. Talvez por isso, Wellington Dias tenha sido escolhido para levar o guizo numa missão de certo modo ingrata.
CANDIDATOS A SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO
O governador Wellington Dias (PT) confirmou em entrevista que a deputada Rejane Dias vai permanecer em Brasília exercendo o mandato na câmara.
Com isso, ela não retornará para a Secretaria de Educação como foi especulado.
Sem Rejane, a Educação passou a ser disputada e um dos que almejam ser convidados para o cargo é o primeiro suplente de deputado federal Merlong Solano.
Outro que está fazendo “lobby” para ser o “ungido” é o prefeito de São João do Piauí, médico Gil Carlos, presidente da associação de prefeitos.
Dizem que ele abdicou da reeleição para tentar ser o substituto de Rejane Dias. Aliás, Carlos é ligado politicamente à deputada petista e é do PT também.
NO PP A BATATA FOI COLOCADA PARA ASSAR
O deputado Wilson Brandão (PP) não está gostando nada do rumo que o debate dentro do PP sobre a eleição de presidente da Assembléia vai tomando e já desconfia que estão deixando sutilmente ele fora do processo.
Brandão tem confidenciado a alguns colegas ter ouvido do próprio senador Ciro Nogueira numa reunião em que estava Júlio Arcoverde que ele era o candidato deles a presidente da Assembléia.
Embora Ciro tenha prometido fazer uma reunião com a bancada do PP para fazer a escolha do candidato pelo voto, Brandão vê isso como um bombaquim.
CAMPANHA PARA PRESIDENTE DO SENADO
O senador e presidente nacional do PP Ciro Nogueira já começa a executar seu projeto de candidatura a presidência do senado.
Entre uma conversa e outra no plenário do senado durante as sessões ordinárias daquela Casa, Nogueira até o momento é o único candidato em campanha embora não tenha oficializado a candidatura.
E Ciro Nogueira está certo. Vai que Bolsonaro fortalece o PP que está levando para o governo para tomar o comando do partido, ele fica sem nada.
Numa perspectiva de previsão frágil em que ele perderia a liderança do PP nacional, o senador piauiense não perderia poder se se elegesse presidente do senado.
No plenário do senado, Ciro conversa com um colega já em busca de apoio e do voto.