Um patamar simbólico
De um prisma político e outro de gênero, a indicação de Margarete Coelho alcançaria apenas um patamar simbólico e por ser mulher
A torcida pela escolha da vice-governadora do Piauí Margarete Coelho (PP) como candidata a vice-presidente da República na chapa do ex-governador de São Paulo e candidato a presidente Geraldo Alckimin, do PSDB, pode ser grande mas se dá dentro de campo restrito de preferências no estado. Por essa razão, é inaceitável demonizar aqueles que a vêem como uma perspectiva de o PP avançar nos espaços políticos de âmbito nacional, porque em disputa partidária não há lugar para o bairrismo.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
Margarete Coelho (Foto: Divulgação)
De um prisma político e outro de gênero, a indicação de Margarete Coelho alcançaria apenas um patamar simbólico e por ser mulher. Porém, sob uma análise eleitoral, dificilmente ela será capaz de reverter uma opção sólida do eleitorado piauiense por Lula (54% só em Teresina mensurado pelo Instituto DataAZ) em favor do ex-governador paulista. Aliás, não só no Piauí, mas na região nordeste inteira nenhum nome conseguirá substituir a preferência do ex-presidente petista.
Como piauiense e como militante política, Margarete alcançaria sua glória já que se trata de uma conquista pessoal e reforçaria um seu currículo. A indicação de seu nome foi sugerida dentre outros de partidos aliados do PSDB representando outras regiões do país. É óbvio que o Nordeste, região que concentra o segundo maior contingente eleitoral do Brasil, leva vantagem mas do ponto de vista eleitoral essa vantagem se transforma em desvantagem quando a preferência do candidato é baixíssima.
Até aí tudo bem, mas soa estranho o PP sugerir o nome da vice-governadora do Piauí para vice de Geraldo Alckimin do PSDB no momento em que a imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro destaca uma posição do senador e presidente nacional do partido Ciro Nogueira de que em seu estado vota no ex-presidente Lula. Talvez a repercussão dessa posição tenha o propósito de queimar Nogueira e colocar sua indicação ao cargo de vice-presidente em cheque e criar dificuldades para a fixação da escolha.
Nos bastidores das relações PT/PP no Piauí há uma guerra não declarada, de informação e contra-informação veiculada nas mídias estaduais caracterizando-as como de amor e ódio. Os ataques a Wellington Dias, a Regina Sousa, com resposta de lá contra o senador traduzem uma relação conturbada sustentada apenas pelos interesses eleitorais de cada um. A tolerância se dá porque só a união é capaz de cada qual atingir seus objetivos. O que virá depois é difícil prevê.
Preterida na sua permanência no cargo de vice-governadora Margarete buscou uma nova alternativa eleitoral e se lançou candidata a uma cadeira de deputada federal nas eleições de outubro. A ampla divulgação da sugestão de seu nome para vice de Alckimin não deve subir a cabeça dela. Não é a primeira vez que nomes daqui para cargos relevantes (ministro de estado, ministro de tribunais superiores) ficam pelo meio do caminho dada a forma em que é divulgado. De qualquer sorte, um vice saído do Piauí para um candidato com baixos índices de preferência tem um carimbo simbólico.
SENADOR POR 1 MÊS
O deputado José Santana (MDB) pode optar por ser senador da República por 30 ou 35 dias (final de dezembro de 2018 a 31 de janeiro de 2019, dependendo do dia da convocação e da posse) caso o governador Wellington Dias consiga se reeleger para mais um mandato à frente do governo estadual.
Deputado José Santana (MDB) - Foto: Divulgalção
Como Dias leva junto a senadora Regina Sousa (PT), que terá de renunciar ao mandato para assumir o cargo de vice-governadora no dia 1º de janeiro de 2019, a cadeira dela fica vaga. Neste caso, convoca-se o 2º suplente (agora 1º) que é Santana.
Para assumir, Santana precisa renunciar ao mandato de deputado. Ele pode fazê-lo para assumir a cadeira de senador porque está renunciando ao mandato conquistado em 2014, que se encerra no dia 31 de janeiro de 2019.
Santana só assume a cadeira de deputado – se eleito agora em 2018 – no dia 1º de fevereiro de 2019, um dia depois de encerrado o mandato de senador iniciado com Wellington Dias em fevereiro de 2011, continuado com Regina Sousa, em janeiro de 2015, e concluído por Santana em 31 de janeiro de 2019.
CONVENÇÃO TUCANA
O deputado Luciano Nunes está convidando tucanos e simpatizantes para a convenção do PSDB para a homologação de sua candidatura ao governo, de candidaturas para outros cargos e mandatos eletivos, além das alianças partidárias. Será no dia 5 de agosto no Atlântic City Club, na Avenida dos Expedicionários, a partir das 8 horas.
2ª SUPLÊNCIA DE SENADOR
Nas rodas políticas já começam a circular informações sobre a indicação dos nomes para 1º e 2º suplentes de senador na chapa governista para o senado. Na 1ª suplência de Ciro Nogueira, comenta-se que o nome escolhido pelo senador e presidente nacional do PP é o do seu irmão Gustavo Nogueira. Marcelo Castro teria colocado nas mãos do governador Wellington Dias e indicação de seu 1º suplente. Na 2ª suplência o nome apontado é de Júlio César Lima Filho, filho do deputado Júlio César, do PSD.
BOCADO COMIDO...
Mão Santa disse ao deputado Themístocles Filho (MDB), durante uma visita que o presidente da Assembléia fez a ele no final de semana que o governador Wellington Dias (PT) “prostituiu o Legislativo Estadual”. Um descortesia ao chefe do Poder Legislativo.
Como faz mais de 20 anos, Mão Santa esqueceu que quando governador criou uma “bolsa de propina” para pagar deputados “por fora”. Foi batizada de “D-8” e alcançou vários deputados do PFL à época.
Sem contar os “generais”, apelido dado aos contracheques gordos que foram dados a lideranças políticas do interior em sua campanha de reeleição para o governo do estado no pleito de 1998. “Bocado comido não é lembrado”.