O fisiologismo vai continuar

O fisiologismo vai continuar

A Presidência de Jair Bolsonaro caminha para reeditar a mesma relação com o Congresso Nacional nos governos José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. A barganha e o fisiologismo. Ainda está longe o dia em que a representação de partidos no Congresso será reduzida drasticamente, a fim de que haja duas ou três legendas de oposição e igual número de partidos de sustentação ao governo de plantão.

PR, PSDB, DEM, PSD, PTB, PRB já anunciaram apoio formal ao governo Bolsonaro na câmara e no senado e há outros querendo chegar e fazer parte como é o caso do PP presidido pelo senador piauiense Ciro Nogueira. Diferente do período em que o PT governou o país, onde a representação de maioria parlamentar era de orientação mais para o centro e centro-esquerda, exceto no pleito de 2014, onde a maioria professava um discurso mais extremista (inclusive votando pelo golpe), Bolsonaro não enfrentará dificuldades para aprovar seus projetos.

No Piauí, o primeiro deputado a aderir formalmente ao novo governo foi Júlio César Lima, acompanhando seu partido o PSD, seguido de Átila Lira, que já anunciou sua saída do PSB. O senador Elmano Ferrer (Podemos) desembarcou já na campanha do segundo turno. O PP do senador Ciro Nogueira, que além dele elegeu dois deputados (sua mulher Iracema e a ex-governadora Margarete Coelho), já ensaia uma adesão ao governo mas o que parece é que no novo governo, o presidente do PP não é desejado.

De acordo com o levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o governo já largou com uma bancada de 255 deputados de vários partidos formada à base do varejo com exceção de alguns partidos, enquanto a oposição só chegou a 141 parlamentares. Pela oferta do mercado de adesões a base do governo a intenção é a base chegar a mais de 300 para que o governo possa aprovar pautas polêmicas como a reforma da previdência que precisa de 308 votos.

Da bancada de 13 parlamentares do Piauí devem se juntar a oposição apenas os deputados Assis Carvalho e Rejane Dias (PT), enquanto 6 dos 10 como Iracema Portela Nogueira e Margarete Coelho (PP), Júlio César (PSD), Marco Aurélio Sampaio (MDB), Marina Santo e Átila Lira, a tendência é compor com a base do governo, se muito votar com alguma restrição. Flávio Nogueira (PDT) deve seguir a orientação de seu partido, enquanto Fábio Abreu cederá a cadeira para Merlong, que reforçará a oposição.

Durante os próximos quatro anos justamente onde o governo será marcado por uma pauta mais conservadora e com retrocessos, a mudança de postura do congresso não acontecerá. Só a partir de 2023, quando a norma eleitoral vedará a coligação entre partidos é que será possível restringir substancialmente a representação parlamentar e com ela um equilíbrio entre a base situacionista e da oposição. Enquanto isso, a prática do fisiologismo continuará sendo a marca da relação entre governo e congresso.

SAIA JUSTA

O tempo na prefeitura de São João do Piauí está nebuloso com nuvens pesadas dentro do esquema comando pelo prefeito Gil Carlos (PT).

A secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania Viviane Marques Moura (não é a Viviane das PPPs) pediu demissão alegando indiferença e falta de compromisso do prefeito com as ações sociais do município.

Em seu pedido de demissão, Viviane denuncia a ausência do prefeito da cidade e nunca aparece para autorizar a despesas com os projetos de sua secretaria.

Viviane é ligada a deputada Rejane Dias e a mãe dela Dona Ivone.

Diz ainda que o prefeito está cercado de babões e que teve de tirar dinheiro do próprio bolso para custear despesas da secretaria.

E agora Gil Carlos?

O GATO COMEU

A direção da Cepisa ficou tão empenhada em priorizar a redução do quadro de pessoal da empresa de 2.100 para 700 que esqueceu as ações judiciais que a companhia foi condenada ficando com um passivo elevado.

O primeiro golpe foi o bloqueio de cerca de R$ 300 milhões por ordem da justiça dos R$ 800 milhões que recebeu do BNDES para investimento acertado no processo de compra da empresa.

A razão do bloqueio foi para pagar dívidas com empreiteiros, fornecedores e até mesmo funcionários que ganharam ações na justiça.

ABSTENÇÃO

Circula nos corredores da Assembléia Legislativa que o deputado Fábio Novo, do PT, candidato derrotado por Themístocles Filho (MDB) na eleição para a Mesa Diretora em 2015, ainda não decidiu em quem votar no dia 1º de fevereiro.

Apesar da tentativa do deputado e presidente do PT Assis Carvalho para convencê-lo a anunciar seu voto com o PT, a tendência é Novo optar pela abstenção.

Ou seja não votar nem em um nem em outro.

 

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