Futuro nebuloso

Futuro nebuloso

Eleito presidente da República sem fazer uma campanha normal no primeiro turno e no segundo recusando-se a participar de debates que colocariam em risco sua posição na disputa, Jair Bolsonaro chegou à Presidência sem projeto algum. Era de se esperar já que o discurso se limitou a ataques à esquerda alimentados por uma postura de intolerância, ódio e preconceito, e por essa razão inexiste no atual governo um plano de metas, principalmente na segurança pública que recrudesceu nos últimos dias.

Jair Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Em detrimento de um plano de governo, Jair Bolsonaro optou por escolher pessoas nos postos chaves do primeiro escalão da administração federal, como é o caso de Paulo Guedes na área econômica e Sérgio Moro na Justiça, além de um sujeito tosco intelectualmente na pasta das Relações Exteriores e uma destrambelhada num tal Ministério da Família. Com isso, a expectativa de um governo diferente tende a se frustrar devido a muita improvisação e propósitos questionáveis na área econômica.

Todo país mundo afora possui políticas de estados que são diferentes de políticas de governo. Enquanto a segunda se refere a tratados, acordos e legislações referentes a interesses gerais da nação e de alcance à toda a população, as políticas de governo se referem a cumprimento destas e seu aperfeiçoamento em todos os setores em especial na educação, saúde, infraestrutura, ações sociais e direitos e garantias. Mudar políticas de estado traz conseqüências e danos irreparáveis a essas conquistas.

O primeiro teste do governo Jair Bolsonaro e seu ministro da Justiça Sérgio Moro está ocorrendo no enfrentamento da crise de segurança pública que, neste início de ano, atingiu o estado do Ceará e ameaça outros como o Pará e o Espírito Santo. Ambos, os governadores foram ao ministro pedir o envio de força de segurança devido o risco de os atos de violência praticados no Ceará chegarem até lá. Como se sabe Jair Bolsonaro não fez nenhum anúncio de plano de governo para a segurança pública.

Em todos os estados da federação, sem exceção alguma, uma explosão de violência está por um fio, bastando acender o pavio. Se insistir em fazer um governo como prega nos discursos, discriminando ideologicamente estados que são governados por desafetos políticos seus, Bolsonaro corre o risco de ficar refém dessa posição. Achar que escolher um ministério por afinidade cujo critério é o de perseguir políticas de estado implantadas em outros governos não vai alcançar o êxito que imagina.

O rompimento do Pacto de Imigração assinado com a ONU anunciado, tirar o Brasil de país signatário do Acordo de Paris, transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém e liberar áreas indígenas e de proteção ambiental para atender a clientela do corpo de latifundiários são medidas que vão de encontro às políticas de estado já pré-estabelecidas. Isso é a prova inconteste de um governo que terá como marca, não um plano de governo previamente discutido mas um governo de improvisação, rupturas e de futuro nebuloso.

ACOMODAÇÃO

Corre o risco de dar com a cara na parede quem imaginar que o governador Wellington Dias (PT) está recebendo deputados em audiência para se meter na eleição da Mesa Diretora da Assembleia.

Wellington Dias (Foto: Wilson Nanaia / Portal AZ)

As conversas têm como fim mostrar não só o anteprojeto da reforma administrativa do estado como os cargos que os deputados vão ter a partir de sua aprovação.

Nesta quarta-feira (09), Dias recebeu pela manhã os deputados Nerinho (PTB) e Fernando Monteiro (PRTB) e na parte da tarde foi a vez do deputado coronel Carlos Augusto.

SEGUINDO OS PASSOS DE FIRMINO?

Essa idéia do vereador e presidente da Câmara de Teresina Jeová Alencar de dar uma de peregrino já foi encampada pelo prefeito Firmino Filho há 13 anos.

Depois o prefeito agendou uma viagem à Espanha e fez o Caminho de Santiago, um percurso de mais de 800 quilômetros.

Desafeto do prefeito, será que Jeová quer seguir os passos de Firmino e também agendar uma viagem à Espanha?

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