Dr. Pessoa está preparando uma miragem chamada Hospital da Mulher

construir um novo hospital apenas por razões político-eleitorais é exemplo de como a atual gestão exacerba a prática brasileira recorrente de desmoralização do planejamento

Dr. Pessoa é aquele tipo de gente que atravessa a rua para escorregar na casca de banana. O prefeito de Teresina colocou em seu programa de governo a construção de um Hospital da Mulher. Mas em vez de um novo hospital, em quase três anos de gestão, desmontou, como nunca, um sistema básico de saúde. Agora, nos estertores de sua gestão ruinosa, resolveu tirar o Hospital da Mulher do campo das ideias. Parece bom. Não é.
 

Foto: Reprodução/PMTPerspectiva artística do que será o Hospital da Mulher de Teresina: miragem e gastança
Perspectiva artística do que será o Hospital da Mulher de Teresina: miragem e gastança



Pessoa está deixando para a cidade uma daquelas armadilhas fiscais em que Teresina foi enfiada pelas boas intenções das quais o inferno está cheio. O Hospital da Mulher é um desses casos.  É um problema fiscal futuro de boa monta.
O governo municipal vai usar recursos próprios oriundos de financiamento para fazer mais uma unidade para uma rede cujo financiamento se encontra estrangulado pela incapacidade fiscal, orçamentária e financeira da cidade.

Numa cidade que já gasta muito mais do que pode com saúde pública, tem uma rede física hospitalar grande – porque sua área urbana é uma insanidade – construir um novo hospital apenas por razões político-eleitorais é exemplo de como a atual gestão exacerba a prática brasileira recorrente de desmoralização do planejamento. 

O hospital que nasce como homenagem à senhora Socorro Claudino é um desastre fiscal a espera de ocorrer. 
Mais sensato e mais inteligente seria fortalecer a rede ambulatorial básica em favor da saúde da mulher, criando unidades de referência na rede já existente para uma atenção especializada à mulher – com especialistas que dessem efetividade a um serviço público que pode ser feito com qualidade e excelência, que a necessidade de uma estrutura custosa que, em longo prazo, vai onerar ainda mais os cofres municipais.

O Hospital da Mulher que agora o prefeito vai construir é ilógico também quando se considera a existência de uma maternidade recém-inaugurada e que, com diálogo administrativo, poderia fazer parte de uma rede de atenção especializada à mulher, tendo por retaguarda toda a rede municipal de saúde.
Porém, fazer a alegria de empreiteiros e criar evento para tentar iludir o eleitor é melhor que pensar na saúde das pessoas e na saúde fiscal da cidade.

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