Eleição de 2020 é a mais estadualizada desde 1985
Como em 1985, agora a disputa parece antecipar uma super polarização da eleição
A eleição para prefeito de Teresina em 2020 é a mais estadualizada desde 1985, quando foi restabelecida a escolha direta para as prefeituras das capitais brasileiras. Como em 1985, agora a disputa parece antecipar uma super polarização da eleição para governador, daqui a dois anos, colocando em lados opostos o grupo liderado pelo senador Ciro Nogueira e o grupo do governador Wellington Dias e o MDB do senador Marcelo Castro.
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Eleição de 2020 é a mais estadualizada desde 1985 (Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil)
Ciro Nogueira e Marcelo Castro, eleitos senadores sob uma aliança liderada por Wellington Dias em 2018, estão numa espécie de preparação para se enfrentarem na principal eleição de 2020.
A disputa em Teresina antecipa essa situação, com toda a oposição na cidade se juntando ao governo estadual contra o candidato apoiado por Ciro Nogueira.
O desenho das composições de 2022 pode não ser exatamente esse pacote grande demais que se reuniu em torno de Dr. Pessoa (sob a gerência de Wellington Dias), mas o rumo é este.
MEMÓRIA
A união de agora evidentemente não pode ser comparada ao que se deu em 1985, até porque 35 anos atrás o PT não era o que é hoje, um partido no qual a ideologia vem depois de muita coisa, bem diferente do que ocorria em 1985. E também não era uma legenda com suporte eleitoral o bastante para ser considerada no palco principal das disputas eleitorais no estado.
Em 1985, quando Teresina escolheu pela primeira vez seu prefeito após um período duas décadas de prefeitos indicados indiretamente, os dois principais partidos do estado, o PFL, do governador Hugo Napoleão, e o PMDB, do senador Alberto Silva, ensaiaram uma disputa estadualizada na capital.
Hugo não mediu esforços para eleger seu candidato, Átila Lira, que deixou a Secretaria da Educação para enfrentar Wall Ferraz, deputado federal pelo PMDB e que ao fim se elegeu sobre o adversário.
No ano seguinte, em 1986, embalado pelo sucesso eleitoral sucessivo em Teresina (1982 e 1985), o PMDB se uniu ao PDS de Lucidio Portella e formou uma chapa forte para governador. A eleição em Teresina serviu para irradiar a força do partido para o resto do Piauí, o bastante para garantir uma vitória de Alberto Silva, governador, em uma disputa das mais polarizadas, talvez a mais acirrada na história política do Piauí.
Essa polarização extremada pode estar sendo construída agora no Piauí, com um reforço tremendo das estruturas políticas de Ciro Nogueira no interior e uma força política maior do PMDB e do PT em Teresina.