Em CPI do transporte público, Sintetro diz que 60% dos trabalhadores foram demitidos

Oitivas começaram nesta terça-feira na Câmara de Vereadores de Teresina

Por Renayra de Sá,

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (Sintetro), Ajuri Dias, afirmou que 60% dos trabalhadores foram demitidos durante a pandemia. As declarações foram dadas nas oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina, na Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (18). 

Em CPI do transporte público, Sintetro diz que 60% dos trabalhadores foram demitidos  (Foto: divulgação)

Segundo o sindicalista, os problemas na categoria se intensificaram em março de 2020, com o início da pandemia. “Antes da pandemia havia um acordo para o reajuste do salário, mas não foi cumprido, pelo contrário, reduziram e pararam de pagar. Cerca de 60% dos trabalhadores foram demitidos e os que ficaram têm problemas psicológicos, adoecem e precisam de ajuda para se alimentar. Em nenhum momento o Setut mostrou interesse em dialogar e entrar em um acordo, assim como a nova gestão da prefeitura. A cada dia que passa a situação piora e não temos perspectiva de melhoria, portanto esperamos que a CPI encontre uma solução”, pontuou.

O vereador Dudu, que é presidente da CPI, destacou o contrato de licitação e supostas manobras ilícitas do Setut. “O quantitativo previsto era de 419 ônibus em circulação e hoje existem apenas 180 ônibus na ativa na capital, o que cai nas costas do usuário, que paga caro por uma passagem e não usufrui de um serviço de qualidade. Ainda falamos sobre o fato de que trabalhadores foram levados a assinar um documento afirmando o recebimento dos salários, mas ao receber, o valor era menor do que o acordado. Outra manobra é o não fornecimento de combustível. São questões graves confirmadas pelo presidente do Sintetro e que vamos investigar a fundo”, afirmou o vereador Dudu. 

Ainda segundo o presidente da CPI, os trabalhadores são a parte mais fragilizada e precisam ser priorizados. “Os trabalhadores sempre procuraram esta casa com um pedido de socorro e agora puderam detalhar cada dificuldade. Como podemos ver, a situação deles é muito difícil, estão há mais de um ano sem salários, sem ticket alimentação e plano de saúde. Os trabalhadores são massacrados e o Setut sequer dialoga com essas pessoas que estão passando fome. A partir daqui vamos dar celeridade nas apurações e respostas ágeis ao povo”, disse Dudu.

Além dos trabalhadores, também foi ouvido um perito que presta serviços à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e que foi responsável por acompanhar os processos judiciais envolvendo o município e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Na próxima oitiva, que será realizada na quinta-feira (20), devem ser ouvidos os empresários e representantes das concessionárias que prestam o serviço de transporte público em Teresina.

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