Regulamentação de jogos de azar gera polêmica e divide opiniões no governo

Ministro defende cassinos para impulsionar turismo; riscos de vício e inadimplência preocupam

Por Dominic Ferreira,


A proposta de regulamentação dos jogos de azar no Brasil, que inclui a liberação de bingos, cassinos e jogo do bicho, está gerando intenso debate dentro do governo. O projeto de lei tramita no Senado e foi defendido pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, que argumenta que a medida pode arrecadar cerca de R$ 20 bilhões anualmente, além de impulsionar o turismo no país.

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Ministro defende cassinos para impulsionar turismo; riscos de vício e inadimplência preocupam.

O projeto permite a instalação de cassinos em polos turísticos e complexos de lazer, como hotéis de alto padrão. A ideia é que cada estado, exceto algumas exceções, possa ter um cassino, com São Paulo podendo abrigar até três. Sabino acredita que a legalização pode transformar o Brasil em um destino turístico internacional, atraindo investimentos e gerando empregos.
No entanto, a proposta contrasta com as iniciativas recentes do governo voltadas para a proteção dos cidadãos, especialmente em relação ao vício em jogos e à inadimplência. Pesquisas indicam que cerca de 2 milhões de brasileiros são viciados em jogos, e a legalização poderia exacerbar esse problema. O Ministério da Fazenda já anunciou medidas para restringir sites e aplicativos de apostas irregulares.
O economista Otto Nogami alerta que, apesar dos potenciais benefícios econômicos, a expansão dos jogos de azar pode levar a um aumento significativo em problemas sociais, como endividamento e deterioração da qualidade de vida das famílias afetadas.
Especialistas, como Felipe Crisafulli, argumentam que a regulamentação pode trazer controle e receita para o governo. Com regras claras, o setor poderia ser monitorado, reduzindo a informalidade e coibindo práticas ilegais, como a lavagem de dinheiro. 
A advogada Amanda Silva Santos acrescenta que a regulamentação também geraria novos impostos e poderia movimentar a indústria do turismo, trazendo benefícios econômicos.
A proposta já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas ainda enfrenta resistência e pode não ter uma votação finalizada em breve. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou favorável à sanção do projeto, se aprovado, mas ponderou que isso não resolverá os problemas econômicos do país.

Fonte: Correio Braziliense

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