Sintetro afirma que greve dos motoristas e cobradores não tem prazo para acabar

Sindicato aponta que convenção coletiva com validade para 2021 não está sendo cumprida

Por Vitória Pilar, 28/10/2020 15:05 - Atualizado às 15:53

Motoristas e cobradores de ônibus afirmam que não há prazo definido para o fim da nova greve de ônibus em Teresina. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários (Sintetro) do Piauí, a categoria está reivindicando benefícios dos trabalhadores do sistema de transporte público da capital.

Sintetro afirma que greve dos motoristas e cobradores não tem prazo para acabar (Foto: Wilson Nanaia / Portal AZ)

Ao Portal AZ, o presidente do Sintetro, Ajuri Dias, informou que os direitos dos trabalhadores já haviam sido estabelecido em uma convenção coletiva entre o sindicato e a Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros (Setut), mas não foi cumprido.

"A greve é por tempo indeterminado. A motivação é o não corrimento do termo entre o Feijão, antigo presidente do SINTETRO e o SETUT. O compromisso tem validade até 2021 e hoje o SETUT alega que não há mais a convenção coletiva. Esse documento está anexado e nos baseamos nisso para manter nossos direitos e nossos benefícios, que não recebemos há 7 meses", explicou.

Ajuri Dias, presidente do Sintetro (Foto: divulgação)

Ajuris Dias declarou que nessa terça-feira (27) foi realizada uma reunião entre a Secretaria de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans), o Setut e o sindicato, mas que as medidas propostas não foram bem aceitas pela classe. Nenhuma medida foi definida entre as partes.

"Os empresários propuseram demitir os cobradores para que os seus salários fossem direcionados aos motoristas, ou então, pagar R$ 300 de ticket, quando ele vale R$ 611. É uma diferença muito grande. Temos esses direitos há mais de 30 anos e não vamos voltar atrás", declarou.

Setut afirma que frota mínima não está sendo cumprida

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina afirmou nesta quarta-feira (28) que os motoristas e cobradores de ônibus não estão cumprindo a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em relação à quantidade de veículos que devem operar durante a greve da classe, iniciada hoje pela manhã.

Segundo a decisão do TRT, 70% da frota operante, aproximadamente 160 veículos, devem estar nas ruas nos horários de pico e 30% da frota operante, com total aproximado de 75 veículos nos demais horários. O Setut alega que a norma não é obedecida pelo Sintetro.

Entenda o caso

Os Motoristas e cobradores de ônibus iniciaram uma nova greve na manhã nesta quarta-feira (28). Esse é o terceiro movimento paredista deflagrado pela classe, sendo a primeira mais longa de 85 dias, iniciada em 15 de maio. A segunda paralização aconteceu no dia 11 de setembro e ficou sem o serviço na capital até 14 de setembro.

Motoristas e cobradores deflagraram greve no início dessa manhã (Foto: Wilson Nanaia/Portal AZ)

De acordo com Sintetro, ainda nesta terça-feira (27) houve uma reunião entre SETUT, STRANS, onde fizeram uma nova proposta, mas a classe não aceitou. Motoristas e cobradores reivindicam melhores condições de trabalho e o cumprimento da Medida Provisória 936, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, e reivindica o pagamento do plano de saúde e do auxílio alimentação.