STJ julga se familiares terão acesso às investigações da morte de Marielle
Representantes do Comitê Justiça por Marielle e Anderson vão acompanhar o julgamento
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga amanhã (18) um recurso no mandado de segurança - RMS 70411/RJ - que pede o acesso aos autos da investigação dos mandantes da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes. O caso corre em segredo de justiça, mas os familiares querem acompanhar todas as etapas da investigação.A relatoria do RMS é do ministro Rogério Schietti da Sexta Turma, que julga casos envolvendo direito penal e federalização de crimes contra direitos humanos.
Depois de cinco anos sem solução, a investigação sobre a morte da vereadora carioca Marielle e seu motorista Anderson foi dividida em duas partes: uma sobre os executores e outra sobre os mandantes, esta última parte nunca foi disponibilizada para as advogadas e a Defensoria Pública, que representam as famílias de Marielle e Anderson.
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Recurso em MS
Em dezembro de 2021, os familiares por meio de uma carta, enviaram o primeiro pedido de acesso aos autos dos mandantes, que foi negado pela justiça carioca. Uma nova tentativa foi feita no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que também negou o acesso aos autos dos mandantes do crime. Com isso, foi impetrado um recurso em mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça que será julgado nesta terça-feira.
O que diz o Comitê Justiça por Marielle e Anderson
O Comitê Justiça por Marielle e Anderson observa que “a ausência de respostas reflete na negligência e na impunidade estrutural em casos de crimes contra a vida de defensores de direitos humanos”. O Estado brasileiro tem a obrigação de fazer cumprir o direito das famílias das vítimas participarem de maneira formal e efetiva do processo.
“Cinco anos se passaram desde o assassinato, e as famílias das vítimas continuam sem respostas sobre quem mandou matar a Marielle e o Anderson e por quais motivos. As famílias têm expressado sentimentos insuportáveis de dor, incerteza e indignação devido à negação por parte do Estado frente a seus pedidos de acesso à investigação”.
O Comitê é composto por Instituto Marielle Franco, por Mônica Benício, Agatha Reis, e as organizações Justiça Global, Terra de Direitos Coalizão Negra por Direitos e Anistia Internacional.
Fonte: Superior Tribunal de Justiça