Motivos plausíveis

Motivos plausíveis

Há dois motivos plausíveis para o governador Wellington Dias (PT) anunciar a nova equipe de auxiliares somente em fevereiro. O primeiro deles é a reforma na estrutura administrativa do governo do estado onde pretende extinguir e fundir órgãos, projeto que precisa ser encaminhado à Assembléia para exame dos deputados; e o segundo, suspeita-se, diz respeito à sucessão da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa prevista para o dia 1º de fevereiro de 2019 após a posse dos deputados.

As propostas de reforma administrativa que Dias encomendou à equipe técnica do governo a título de anteprojetos já estão concluídas e serão submetidas à apreciação do governador, que vai dizer quais os pontos que pode aprovar. Em seguida, talvez já com ele empossado no cargo para o quarto mandato, o governador pedirá à equipe que seja feita um projeto único com a nova estrutura administrativa e só então encaminhar à Assembléia Legislativa para que os deputados discutam e aprovem.

Informações colhidas junto a fontes do governo revelam que o governador ainda está relutante em fazer uma reforma ampla para promover um enxugamento amplo da máquina governista. É compreensível que, diante de um conjunto grandioso de aliados que estiveram com ele na campanha vitoriosa de 07 de outubro último, Wellington Dias se veja obrigado a contemplar todos uns por reconhecimento outros por pressão, mas no fim de tudo é o governo que importa não as acomodações.

O governador deve levar em conta que, quando inchou a máquina para acomodar os novos aliados para levar a efeito seu projeto de reeleição sem sobressaltos ou riscos, isso atendeu a uma situação politicamente necessária. No caso agora, ele conseguiu atingir sua meta política de se reeleger e eleger com ele o candidato (candidata) a vice-governador (vice-governadora) de sua vontade. Com isso, resta agora olhar por um prisma mais administrativo, a fim de não por o estado em risco com a crise.

Outro fator que fez o governador optar por definir a futura equipe de governo envolve a sucessão da Mesa da Assembléia. Embora não trate do assunto publicamente já que isso denunciaria uma interferência direta no processo eleitoral, Wellington Dias cria a suspeita de uma intenção implícita na eleição. Em 2015, ele foi derrotado na eleição da Mesa (apoiava o candidato Fábio Novo) com votos de deputados que ele havia convidado para compor pastas no governo e não pode retaliar.

Naquela eleição (2015) podia-se dizer que o resultado era previsível dado o candidato ser do PT e a preterição por nomes de outros partidos da coligação que venceu a eleição. Nesta, pelo fato de a renovação atingir pelo menos um terço das cadeiras, não é previsível o resultado, a não ser que em algum momento o atual presidente anuncie sua desistência. Enquanto for candidato – ainda que numa fase pré – é porque possui chances. Se a eleição tomar o rumo da troca, com a definição do secretariado só após  da disputa, aí sim o Palácio de Karnak leva a melhor.
 

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