Uma sombra sobre a disputa
Uma sombra sobre a disputa
Há quatro anos quando a campanha pela presidência da Assembléia Legislativa estava a pleno vapor o governador Wellington Dias (PT) já havia escolhido e anunciado mas faltava empossar os secretários que escolhera tirar do mandato de deputado, porque eles precisavam tomar posse antes. Mesmo que o candidato da aliança governista, no caso o deputado Fábio Novo, tivesse perdido (na época o MDB era oposição) a disputa ainda assim Dias manteve os escolhidos e só retaliou o deputado Evaldo Gomes (PTC).
Agora a situação é completamente diferente, o MDB e o PP que disputa o cargo de presidente da Casa pertencem à coligação partidária vitoriosa no dia 7 de outubro e o governador se vê no meio de um fogo cruzado, buscando através de uma posição de neutralidade, evitar traumas pós-resultado. Wellington Dias tem afirmado de público que não vai intervir mas é muito suspeito o governador receber deputados em audiência justamente no curso do processo de campanha.
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O certo é o governador evitar esses encontros para não despertar uma desconfiança em relação à sua postura, principalmente porque alguns deputados, após a conversa, revelam publicamente o que ele diz. Se não vejamos – após audiência com o deputado e presidente do PP Júlio Arcoverde, este disse que o governador se comprometeria, enquanto Themístocles Filho revelou ter ouvido do chefe do Executivo que iria se manter neutro no processo porque os dois partidos são da base.
Pior ainda é o envolvimento do presidente estadual do PT Assis Carvalho cujo partido não tem candidato mas prega a derrota de Themístocles. Se o PT está fora da disputa, por que então todo esse empenho de seu presidente para influenciar no resultado? Aí entra a desconfiança sobre a posição do governador. Há quem diga que Assis só faz e se posiciona sobre qualquer coisa combinado com Wellington Dias e se ele está ativamente envolvido é porque a disputa é do interesse pessoal do governador.
O que deixa transparecer é que se o envolvimento do governador se dá através de um interlocutor (Assis Carvalho) mas se esquiva quando é chamado a se envolver pela direção do PP, há um propósito. Como se trata de dois candidatos de sua base na Assembléia, Dias não quer ser responsabilizado pelo resultado seja ele qual for para evitar que a insatisfação dele emanada não venha a ter reflexos sobre a postura da bancada governista nas votações de projetos do governo naquela Casa.
Em suma, Wellington Dias se declara neutro mas são grandes as suspeitas de que nas sombras há quem haja por ele. Não é de agora que se comenta que o deputado Hélio Isaías (PP) foi nome da preferência dele que se impôs sobre outros do partido como os deputados Wilson Brandão e o próprio Júlio Arcoverde. Talvez por isso, não há como fazer qualquer prognóstico sobre o resultado, principalmente quando a ação de bastidores cria uma sombra sobre a disputa difícil de enxergar o que está adiante.
MAIS AUMENTO DE ICMS
Pelo menos 5 estados preparam aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado na compra de carros.
São eles, Alagoas, Sergipe e Pernambuco no Nordeste, e Acre e Amapá no Norte. Há rumores também de que o estado do Mato Grosso do Sul pode elevar o impsto, mas o governo diz que por enquanto continua em 12%.
Já nos 3 estados do Nordeste o aumento seria de 2% passando de 12% para 14%, enquanto os dois do Norte o acréscimo pode variar de 12% para algo entra 14% e 18%.
Acho que ninguém no Piauí está sabendo.
LEALDADE
A deputada eleita Lucy Silveira (PP) disse em entrevista que vai seguir a decisão de seu partido na eleição da Mesa Diretora da Assembléia.
Nada mais lógico do que a postura da deputada mulher do prefeito de Teresina Firmino Filho.
Nem que o PP não tivesse candidato a presidente seria improvável que ela direcionasse seu voto para o deputado Themístocles Filho (MDB).
Firmino Filho e Themístocles estão irreconciliáveis.
CARGOS FEDERAIS
Não se sabe até agora quantos deputados do Piauí integrarão a base parlamentar do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
Por enquanto – com exceção do senador Elmano Ferrer, adesista de primeira hora – só o deputado Júlio César (PSD) está chegando de mansinho.
Seu colega Átila Lira, que anunciou estar deixando o PSB, ainda está se oferecendo mas não sabe se será aceito.
O mesmo ocorre com Marina Santos (PTC), que é novata e Marco Aurélio Sampaio, que só vai saber quando lá chegar.
Enquanto isso, nas repartições federais muitos servidores estão curiosos para saber se o chefe continua ou sai.