Com a brocha na mão
Com a brocha na mão
Mesmo ocupando o cargo de presidente estadual do PT o deputado Assis Carvalho não terá êxito na condução da bancada do partido no processo de eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Por dois motivos: primeiro, a forma como ele se envolveu, com ataques diretos ao presidente Themístocles Filho (MDB) e à sua longa gestão à frente da Casa, foi abusiva. E segundo, Carvalho não ouviu antes os deputados da bancada petista e tomou a condução do processo como se eles fossem cordeiros.
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Foto: Lucas Sousa/Portal AZ
Desde o início, Assis Carvalho adotou uma estratégia ofensiva, de ataques diretos a Themístocles, ao ponto de criar uma indisposição com a bancada sem nenhuma delegação para conduzir o processo. Um erro que acabou ajudando o próprio deputado Themístocles Filho que, repetindo a estratégia de 2015, trabalha em silêncio e aos poucos já conta com um substancial número de votos que podem lhe garantir a recondução ao cargo sem qualquer atropelo, mesmo com disputa.
Neste final de semana chegou a circular uma informação de que o deputado Hélio Isaías, candidato do PP a presidente da Assembléia, está analisando desistir da disputa, o que acabou não se confirmado mesmo o presidente do partido Júlio Arcoverde declarando à imprensa que, se ele retirasse a candidatura, ele (Arcoverde) ocuparia o lugar e seria candidato. Mesmo que o senador Ciro Nogueira afirme que Isaías tem 18 votos, o que mais se vê neste quadro de disputa é uma solidez do atual presidente.
Não é fácil para uma candidatura como a do deputado Hélio Isaías nascida de um agrupamento de parlamentares e partidos e com o apoio do Palácio de Karnak, enfrentar o atual presidente num quadro onde o seu partido e o PT aparecem divididos. Embora seja candidato de um partido com 5 deputados eleitos e com o apoio de outro (PT) que também terá uma bancada de 5, Isaías terá dificuldades em reunir outros deputados para alcançar a maioria necessária para vencer o pleito.
Seu principal aliado, o PT, até agora só se sabe de 1 voto, do deputado eleito Francisco Costa, pela ligação com Assis Carvalho. Outro Francisco, o Lima, apesar da ligação com Assis, não dá sinais de que vai seguí-lo. Franzé Silva e Flora Isabel já manifestaram-se a favor da candidatura de Themístocles; e Fábio Novo chegou a dizer que está avaliando se abster de votar. No PP são dúvidas os votos de Wilson Brandão e Firmino Paulo, o que por si só – sem o apoio fechado de seu partido – já dificulta atrair outros votos.
Toda e qualquer campanha deve começar sem erros porque se no início eles ocorrem é difícil corrigi-los. E Assis errou feio ao falar em nome dos deputados de seu partido sem ouvi-los, saber a opinião deles, esqueceu que não é impondo posição que se conquista o apoio dos colegas. O açodamento do presidente do PT chegou a causar tanto desconforto dentro do partido que a deputada Flora Isabel pediu uma reunião da bancada estadual sem a presença dele. Por isso, Assis deveria recuar porque se insistir acabará ficando só com a brocha na mão.
INCÔMODO
A nomeação do engenheiro Luiz Guilherme Mello para uma diretoria nacional do Dnit não agradou aos bolsonaristas tupiniquins.
Embora casado com uma sobrinha do deputado e senador eleito Marcelo Castro, Guilherme não foi indicado por ele mas por seu currículo técnico e por já ter ocupado diretorias no órgão por duas vezes.
Filho de um general, é servidor de carreira do Dnit, mas o incômodo causado aqui parece ter doído tanto que tentaram repercutir como se o senador eleito tivesse aderido ao governo.
No fim, a reação acabou demonstrando que os incomodados não têm o prestígio no governo que propagam porque até agora não foram convidados para cargos nem para indicar ninguém.
TUDO OU NADA
A posse da nova diretoria do Sebrae, que tem Freitas Neto presidente, e o um dos filhos deputado Júlio César (Julinho) como diretor, produziu poucos fatos mas um merece destaque.
Presente ao ato, tanto o pai (deputado federal) quanto o filho (deputado estadual) Georgiano fizeram uma revelação nos bastidores do evento.
De que não aceitam a oferta do governador Wellington Dias de um pedaço da Secretaria de Agricultura (que seria dividida em duas).
Ou o governador oferece a pasta toda ou eles desistem.
SUCESSÃO EM PICOS
Nos bastidores da política em Picos já se anuncia a chapa da situação para a disputa da sucessão do Padre Valmir na prefeitura da cidade.
O candidato a prefeito é o empresário Araujinho, tio do deputado Severo Eulálio, e a ex-deputada Belê como candidata a vice numa aliança MDB/PP/PT.
Com isso, o sonho do deputado Nerinho (PTB) de um dia pleitear a prefeitura de Picos fica mais uma vez adiado.