PIB brasileiro tem alta acima das expectativas, mas economistas pedem cautela
Crescimento de 1,4% no segundo trimestre desafia previsões, mas deve desacelerar em breve
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024, superando as expectativas tanto do governo quanto do mercado, que projetavam um aumento de 1,1%. O desempenho foi comemorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por membros do governo, que atribuíram o resultado à política econômica expansionista. No entanto, economistas alertam que o crescimento pode ser passageiro e indicam uma desaceleração nos próximos meses.
De acordo com analistas ouvidos pelo Correio Braziliense, o forte aumento das despesas públicas, com destaque para o impulso fiscal e o desembolso de precatórios, foi o principal motor do crescimento. As despesas do governo federal subiram 7,8% no primeiro semestre, contribuindo diretamente para a elevação do consumo. Porém, especialistas alertam que esse impulso não é sustentável e pode levar a uma desaceleração econômica no segundo semestre, fenômeno conhecido como "voo de galinha".
Para o economista Sergio Vale, da MB Associados, o governo adotou uma estratégia que aqueceu a demanda de forma significativa, mas sem uma base sólida para um crescimento contínuo. "Estamos diante das consequências: inflação subindo, juros elevados e um crescimento mais fraco nos próximos anos", explicou. Vale prevê um avanço mais modesto do PIB no terceiro trimestre, ficando abaixo de 1%.
A revisão das previsões de crescimento para 2024 já começou, com a expectativa de que o PIB atinja cerca de 3% ao final do ano, impulsionado pelo forte primeiro semestre. No entanto, para 2025, a projeção é de uma desaceleração para menos de 2%, segundo dados de economistas como Silvia Matos, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
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Apesar do crescimento acima das estimativas, a alta inflação e os desafios fiscais apontam para um cenário de juros elevados, o que pode conter o avanço da economia no longo prazo.
Fonte: Correio Braziliense