Contas públicas registram superávit de R$ 36,9 bilhões em outubro de 2024

Dívida bruta alcança 78,6% do PIB, enquanto gastos com juros aumentam significativamente

Por Dominic Ferreira,


As contas públicas do Brasil fecharam o mês de outubro com um superávit primário de R$ 36,9 bilhões, um resultado positivo superior ao registrado no mesmo período de 2023. O superávit foi impulsionado pelo desempenho do Governo Central, que registrou um resultado de R$ 39,2 bilhões, enquanto estados e municípios enfrentaram déficits primários. Apesar deste superávit, o setor público consolidado apresenta um déficit primário acumulado de R$ 56,7 bilhões no ano.  

Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência BrasilCapa
Dívida bruta do governo geral sobe para 78,6% do PIB, sinalizando preocupação fiscal.

Em relação aos governos regionais, os estados tiveram um superávit de R$ 1,7 bilhão, enquanto os municípios apresentaram um déficit de R$ 3,6 bilhões. Esse desempenho combinado resultou em um déficit de R$ 1,9 bilhão para os governos estaduais e municipais. Já as empresas estatais, excluindo Petrobras e Eletrobras, também registraram déficit de R$ 360 milhões. O aumento dos gastos com juros, que atingiram R$ 111,5 bilhões, impactou diretamente as contas públicas, refletindo o aumento da inflação e operações do Banco Central no mercado cambial.  
O cenário fiscal apresentou um crescimento no déficit nominal, que alcançou R$ 74,7 bilhões em outubro, comparado aos R$ 47,1 bilhões do mesmo mês em 2023. A dívida bruta do governo geral também teve uma elevação, alcançando 78,6% do PIB, refletindo o aumento da dívida pública. O Banco Central destacou que as perdas com swaps cambiais contribuíram significativamente para a piora da conta de juros, gerando um impacto negativo de R$ 30,3 bilhões em outubro de 2024.  
Embora o superávit primário do mês de outubro seja um sinal positivo para as contas públicas, o aumento da dívida e os elevados gastos com juros seguem sendo desafios para o governo, especialmente diante de um déficit nominal elevado e de uma dívida bruta que continua crescendo em relação ao PIB. A evolução desses indicadores será monitorada de perto por agências de classificação de risco e investidores.

Fonte: Agência Brasil

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