Sindicato se manifesta contra prisão do jornalista Tony Trindade
Jornalista foi preso durante a operação Acesso Negado da Polícia Federal
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) divulgou nota na noite desta terça-feira (18) a respeito da prisão do jornalista Tony Trindade.
Os sindicalistas lamentaram que o jornalista tenha sido preso sem que “lhe tenha sido dado o direito de se defender das acusações feitas contra ele”.
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Jornalista Tony Trindade (Foto: reprodução/Facebook)
O Sindjor ainda ressaltou que é “contra toda e qualquer tentativa de cerceamento à liberdade de expressão e de imprensa e a todo tipo de ameaça impostas aos profissionais jornalistas no pleno exercício da profissão”.
A entidade finaliza solicitando que seja assegurado a Tony Trindade o direito constitucional ao contraditório e cobra transparência na tramitação do processo.
Veja a íntegra da nota
Nota Pública
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) estranha e lamenta a prisão do apresentador Tony Trindade, da TV Band Piauí, na manhã desta terça-feira, 18 de agosto, sem que lhe tenha sido dado o direito de se defender das acusações feitas contra ele.
O Sindjor-PI reitera a sua posição contra toda e qualquer tentativa de cerceamento à liberdade de expressão e de imprensa e a todo tipo de ameaça impostas aos profissionais jornalistas no pleno exercício da profissão.
A Constituição Brasileira garante ao profissional de imprensa a liberdade no exercício do jornalismo, preceito magno que vem sendo desrespeitado e atropelado cotidianamente por autoridades públicas, tanto da segurança pública quanto do Judiciário e Executivo. Com isso, impõe ao trabalho do profissional de imprensa um quadro de clara intimidação.
Diante dos fatos, esta entidade sindical reclama que seja assegurado ao apresentador Tony Trindade o direito constitucional ao contraditório e cobra transparência na tramitação do processo, quanto às investigações.
Teresina, 18 de agosto de 2020
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí
Entenda o caso
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (18), a Operação “Acesso Negado” que investiga atos ilegais de intervenção e embaraçamento na operação policial “Delivery”, que apura desvio de recursos públicos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) destinados ao município de União. Um dos alvos da ação é o Jornalista Tony Trindade, que foi preso na própria residência, localizada na zona Sul de Teresina.
Polícia Federal durante a operação Acesso Negado (Foto: divulgação)
Segundo a polícia, no curso da Operação "Delivery" foram identificados atos escusos relacionados a encontros obscuros com agentes públicos no intuito de obter informações sigilosas, acesso indevido a processo judicial sigiloso, convergência e manipulação de versões, atos intimidatórios no intuito de frustrar a investigação policial, dentre outros fatos.
Nesta fase da investigação estão sendo mobilizados vinte policiais federais para o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina, onde foi preso o jornalista, e em Monsenhor Gil, expedidos pela Justiça Federal de Teresina. O objetivo do cumprimento das medidas judiciais é colher elementos materiais de prova e que identifiquem terceiros responsáveis por fornecer indevidamente informações de caráter sigiloso.
Os investigados poderão responder, na medida de suas culpabilidades, pelo crime de embaraço a investigação policial de crime praticado por organização criminosa (art. 2º, §1º da lei 12.850/13) cuja pena pode chegar a 8 anos de reclusão.
Jornalista se defende
A assessoria do jornalista Tony Trindade divulgou nota nesta terça-feira (18) negando as acusações da Operação Acesso Negado deflagrada pela Polícia Federal. Ele foi preso durante a ação policial na própria residência, localizada na zona Sul de Teresina.
A publicação destaca que o jornalista apenas cumpriu a sua função. “Cabe ressaltar que na qualidade de apresentador de programa de televisão e colunista de jornal, Tony Trindade ao veicular fatos da operação, apenas fez o seu dever de jornalista e formador de opinião”, diz.
A nota ainda ressalta que a prisão é uma tentativa de "frear" a divulgação de informações.“O mandado de prisão preventiva a título de frear a divulgação de informação soa descabido e desproporcional, uma vez que o jornalista sequer foi ouvido pela autoridade policial antes da condução. É temoroso ao exercício profissional, que jornalistas sejam presos por relações com suas fontes, relações essas que são asseguradas pela própria Constituição Federal”, afirma.
Veja a íntegra da nota:
A assessoria de imprensa do jornalista Tony Trindade considera oportuno esclarecer fatos a respeito da Operação “Acesso Negado”, deflagrada nesta terça-feira (18) pela Polícia Federal, em Teresina, Monsenhor Gil e União e que resultou na prisão preventiva do jornalista.
Conforme nota divulgada pela própria PF, a operação investiga “atos ilegais de intervenção/embaraçamento” à investigação de desvios de recursos públicos destinados à educação na cidade de União, cabe ressaltar que na qualidade de apresentador de programa de televisão e colunista de jornal, Tony Trindade ao veicular fatos da operação, apenas fez o seu dever de jornalista e formador de opinião.
O mandado de prisão preventiva a título de frear a divulgação de informação soa descabido e desproporcional, uma vez que o jornalista sequer foi ouvido pela autoridade policial antes da condução.
É temoroso ao exercício profissional, que jornalistas sejam presos por relações com suas fontes, relações essas que são asseguradas pela própria Constituição Federal.
Tony Trindade coloca-se à disposição das autoridades, certo de que atos ilegais não prosperarão com o aval da justiça.
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