Milei anuncia saída da Argentina do Brics e reitera relações bilaterais

As justificativas seriam diferenças na política exterior, mas reafirma compromisso com laços comerciais

Por Carlos Sousa,

O Governo da Argentina, sob a presidência de Javier Milei, anunciou nesta sexta-feira (29) que enviou uma carta aos países membros do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), manifestando que "não considera oportuno" participar do grupo de nações emergentes. A decisão reverte o acordo feito durante a cúpula do bloco em agosto, quando a Argentina, então presidida por Alberto Fernández, concordou em integrar o Brics a partir de 1º de janeiro de 2024.

Foto: ReproduçãoHá informações de que Lula não pretende ligar para parabenizar Javier Milei
A carta assinada por Milei foi destinada não apenas ao Brasil, mas também aos líderes Cyril Ramaphosa (África do Sul), Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Milei justificou a recusa, afirmando que "muitos eixos da política exterior atual diferem da administração anterior".

Apesar da recusa em participar do Brics, o presidente argentino reiterou, na carta enviada ao Brasil, o "compromisso do governo nacional com a intensificação dos laços bilaterais, em particular com o aumento dos fluxos de comércio e de investimento". O Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina.

A formalização da decisão por parte de Milei já era esperada, uma vez que, em 30 de novembro, a futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, antecipou publicamente a posição do governo argentino no Twitter.

Fundado em 2006, o Brics representa uma população combinada de aproximadamente 3,2 bilhões de pessoas, com um Produto Interno Bruto (PIB) conjunto de US$ 24,7 trilhões. Os membros individuais do Brics têm PIBs significativos, com destaque para a China, que possui o segundo maior PIB global, estimado em US$ 17,7 trilhões em 2022, de acordo com o Banco Mundial. O Brasil ocupa a 12ª posição, com US$ 1,6 trilhão.

Fonte: Agência Brasil

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