Lula descarta troca de Padilha e confronta Arthur Lira após pressão

Membros da equipe de Lula afirmam que Lira tem adotado uma postura hostil em relação ao governo

Por Rayfran Junior, 05/02/2024 10:25

O presidente Lula (PT) recusou a pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para substituir o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Lira indicou que a agenda legislativa do governo na Câmara ficaria estagnada sem essa mudança.

Foto: Reprodução / Reuters

Lula mantém Alexandre Padilha e confronta Arrthur Lira

A estratégia do Planalto é aguardar que a crise se acalme e buscar uma reaproximação entre Lira e Padilha nas próximas semanas. Por enquanto, a intenção é manter o ministro em seu cargo.

Os assessores de Lula acreditam que o presidente da Câmara estaria disposto a dialogar com outros ministros do PT e líderes do governo. Rui Costa, Fernando Haddad e José Guimarães foram mencionados como possíveis interlocutores.

Lira expressou preocupações sobre a articulação política do governo e pautas sensíveis. Assim, na quarta-feira (31), Rui Costa e outros representantes de Lula foram à residência oficial da presidência da Câmara para discutir essas questões. Enquanto Lira pretende se reunir com Lula nos próximos dias, o governo espera que ele busque apoio para suas ambições políticas futuras.

Apesar do desgaste na relação, os assessores de Lula não veem um rompimento definitivo entre Lira e Padilha. No entanto, Lira adotou uma postura hostil em relação ao governo, com a falta em ausência em eventos importantes, o que pode abrir espaço para que Lula estreite laços com outros líderes do Congresso, como Rodrigo Pacheco e Marcos Pereira.

A base de apoio de Lira na Câmara foi fortalecida com a expansão das emendas parlamentares durante o governo Bolsonaro. No entanto, na gestão Lula, os líderes da Câmara e do Senado perderam parte da influência sobre o processo de liberação desses recursos, centralizados no Ministério liderado por Padilha.

Lula então deve manter Padilha em seu cargo, considerando que ele é importante para mediar com o Congresso um modelo de gestão das emendas alinhado com os interesses do governo. Além disso, os representantes do presidente alegam que substituir Padilha agora poderia fortalecer ainda mais Lira em detrimento do Executivo.

Fonte: Com informações do Jornal de Brasília