Piauí registra crescimento de 24% no comércio de gado

Reconhecimento sanitário impulsiona mercado interno e interestadual; meta agora é exportação global

Por Dominic Ferreira,

A pecuária do Piauí comemora, no próximo mês, um ano desde a conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecimento que já trouxe impactos significativos para o mercado bovino do estado. Durante 2024, a movimentação de gado para outros estados registrou um aumento de 24% em relação a 202, consolidando o Piauí como um importante fornecedor de bovinos no Brasil.

Foto: Reprodução | Governo do PiauíMovimentação de bovinos em 2024 superou meio milhão de cabeças no estado.
Movimentação de bovinos em 2024 superou meio milhão de cabeças no estado.

De acordo com o Relatório de Análise do Trânsito Animal com Guia de Trânsito Animal (GTA), elaborado pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), o estado movimentou mais de 504,6 mil cabeças de gado no último ano, representando um crescimento de 10% no fluxo total de bovinos dentro e fora do território piauiense. Desse total, 123,5 mil animais foram enviados para 14 estados brasileiros, com destaque para a Bahia, Maranhão e São Paulo, que lideraram como principais destinos.

Foto: Reprodução | SIDAPITabela 1

A maior parte dos bovinos movimentados foi destinada à engorda, somando mais de 323,8 mil cabeças. A Bahia foi o principal comprador do rebanho piauiense, recebendo 39,6 mil cabeças, seguida pelo Maranhão, com 19,3 mil, e São Paulo, com 15,5 mil.

Foto: Reprodução | SIDAPIGráfico 1

Fábio Abreu, secretário da Defesa Agropecuária do Piauí, atribuiu o sucesso à vacinação em massa realizada nas últimas duas décadas, que preparou o estado para obter o status sanitário. “O empenho do Governo do Piauí, por meio da Adapi, e do setor produtivo na vacinação em massa do rebanho ao longo das últimas duas décadas foi fundamental para que o gado piauiense voltasse a se destacar no mercado nacional”, afirmou o secretário.

O próximo passo do Piauí é alcançar o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação. Em dezembro de 2024, o estado avançou significativamente nesse objetivo, ao ser aprovado em uma supervisão conduzida por auditores do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A inspeção avaliou as melhorias implementadas no Plano de Ação de Defesa Sanitária, com o estado atingindo 80% das exigências internacionais, um salto significativo em relação aos 40% registrados em julho.

O diretor-geral da Adapi, João Rodrigues, destacou o compromisso do governo e dos servidores com a saúde animal. “A evolução do Piauí tem sido notável. Em comparação com a supervisão realizada em julho, quando a Adapi havia concluído, totalmente, 40% das exigências do plano de ação; agora, com a auditoria mais recente, esse número saltou para 80%”, afirmou Rodrigues.

O pedido de reconhecimento foi encaminhado pelo Mapa à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e será votado em maio de 2025, durante a 92ª Assembleia Geral da OMSA em Paris, na França. Caso aprovado, o Piauí poderá exportar gado e derivados para o mercado internacional, atraindo investimentos externos e incentivando a instalação de novas agroindústrias no estado.

A conquista do status de área livre de aftosa sem vacinação também refletiu no aumento do rebanho bovino do estado, que cresceu de 1,8 milhão para 2,1 milhões de cabeças entre 2023 e 2025, representando um crescimento de 16,6%. Com os avanços no status sanitário e o aumento na movimentação de gado, o Piauí se posiciona como um estado promissor para a pecuária nacional e internacional.

A combinação de investimentos, planejamento e fiscalização sanitária possibilita a expansão do setor, beneficiando não apenas os produtores locais, mas também o desenvolvimento econômico do estado como um todo. Caso alcance o reconhecimento da OMSA, o Piauí estará apto a atingir novos mercados globais, consolidando-se como referência no setor agropecuário.

Fonte: Governo do Piauí

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