Comissão da OAB apura denúncias de torturas nos presídios do Piauí

Detentos relatam agressões sofridas dentro da unidade prisional

Por Arimatéria Azevedo e Renayra de Sá,

A Advogada Conceição Caracará, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB-PI, está apurando as denúncias de maus-tratos aos detentos da Cadeia Pública de Altos. 

Cadeia Pública de Altos (Foto: Sejus)

Em vídeo ela faz um relato da situação dos reclusos, segundo informes das famílias, enumera casos de tortura física, péssima alimentação servida e anuncia vários procedimentos que vem sendo adotados desde o ano passado para coibir os abusos nos presídios e diz que espera ação enérgica das autoridades. 

“A comissão de defesa dos direitos humanos repudia veementemente todo e qualquer ato de tortura. Todos que estão reclusos cometeram crimes sim, mas não por isso serão tratados como animais. Desde março, sou procurada por mães que relatam situação de torturas e maus-tratos aos seus filhos que estão reclusos e tenho levado ao conhecimento das autoridades buscando intermediar uma solução”, disse a advogada. 

De acordo com Socorro Carcará, a comissão já constituiu um grupo de profissionais que visitarão os presídios onde estão ocorrendo as denúncias de torturas. 

Assista ao vídeo:

Entenda o caso

A coluna do jornalista Arimatéia Azevedo divulgou informações de uma live feita advogada Carol Jericó, no Facebook onde ela aponta relatos de torturas a detentos na nova penitenciária de Altos, com o uso de instrumentos somente vistos nas prisões medievais, precisam urgentemente ser apurados.

“Inadmissível que tais fatos estejam acontecendo num presídio recém-inaugurado e que tem no seu corpo funcional policiais penais (os antigos agentes penitenciários) em sua maioria selecionados em concurso público. Fica difícil se imaginar que esses agentes se prestem a práticas tão covardes já no início de suas atividades.

Detentos denunciam agressões dentro da unidade (Foto: divulgação)

“São presos não condenados, são vítimas de tortura atroz; rituais diários praticados por alguns agentes penitenciários”. Ela prossegue: o ‘gás pimenta, herança das técnicas de Auschwitz, está provocando doenças pulmonares nos presos e agravando as doenças do trato respiratório que muitos já têm’.  A humilhação é tamanha que quando o preso não sofre dor física, tem a cabeça raspada.

Pelos relatos, os policiais usados na prática de tortura ‘são tão violentos e transtornados que emitem brilho nos olhos esgrimindo um prazer sádico indescritível diante do pavor dos que por eles são torturados’.  Lamentavelmente o governador do Estado deve estar muito ocupado para se preocupar com um assunto desses.

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